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Filme estréia em Berlim e mostra intolerância contra iranianos

Quinta, 07 de fevereiro de 2002, 18h08

Quando o diretor de cinema Babak Shokrian mudou-se para Los Angeles em 1971, ainda menino, era popular na escola, aprendeu a falar inglês sem sotaque e adotou os costumes californianos.

A vida de Shokrian e dos membros da comunidade iraniana de Los Angeles, a maior fora do Irã, mudou dramaticamente desde 4 de novembro de 1979, quando estudantes radicais de Teerã tomaram como reféns 52 diplomatas norte-americanos.

Os Estados Unidos responderam com amargura à longa crise dos reféns, e muitos norte-americanos não conseguiram separar a raiva pelo sequestro de suas relações pessoais com vizinhos iranianos.

"Sempre havia uma hora em que ficava um clima pesado demais e eles diziam 'terrorista', 'sequestrador'...Essas expressões eram sempre usadas", disse Shokrian em entrevista à imprensa.

A vida dos imigrantes iranianos é assunto do filme America So Beautiful, que teve sua estréia mundial no Festival de Cinema de Berlim, na quinta-feira.

"Foi difícil na época, porque a gente via todas as noites na TV a imagem de um refém com os olhos vendados...Víamos isso todas as noites, da primeira à 444ª", contou o diretor. "É definitivamente uma ferida."

Duas décadas depois da crise dos reféns, o Irã ainda é visto nos Estados Unidos como um vilão. A situação voltou a se agravar mais recentemente quando o presidente George W. Bush chamou o Irã, o Iraque e a Coréia do Norte de "eixos do mal".

"A retórica disso tudo, a forma pela qual ele fala como um caubói, é realmente desalentadora", disse o cineasta. "Falar em eixos do mal, tentar apontar para países e tentar ser bem arrogante sobre a questão é realmente frustrante."

America So Beautiful foi filmado com o orçamento modesto de 350 mil dólares e com um elenco quase todo formado de iranianos-americanos. O início do filme coincide com a crise de reféns, e mostra o imigrante Houshang que na mesma época do sequestro torna-se sócio de uma discoteca.

A trama prossegue com o ressentimento crescente dos americanos e os imigrantes mentindo sobre sua origem. O sonho de Houshang acaba e ele vira taxista.

Reuters

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