O cineasta grego Constantin Costa-Gavras afirmou esta quinta-feira, em um comunicado recebido em Paris, que o cartaz de seu filme Amém, apresentado quarta-feira no Festival de Berlim, "não tem nenhum caráter deliberadamente provocador".O cartaz "não tem nenhum caráter provocador (...) Corresponde ao problema colocado no filme e tratado também por numerosos historiadores: o da responsabilidade do Vaticano devido à sua passividade durante o genocídio dos judeus e dos ciganos pelos nazistas", escreveu o cineasta, que se acha em Berlim.
"A igreja aceitou que a cruz de Cristo convivesse durante mais de dez anos com o sistema nazista", prosseguiu Costa-Gavras. "Estamos aqui no núcleo da História, que certamente pode se emprestar a interpretações divergentes, mas que supõe uma grande liberdade de expressão", acrescentou.
"Não me parece que o cartaz tenha qualquer caráter delitivo nem que sua difusão possa ser considerada um delito de difamação para qualquer grupo religioso", disse o diretor de A confissão.
O cartaz em questão, criado pelo fotógrafo italiano Oliviero Toscani, que frequentemente é falado por suas campanhas de publicidade para a Benetton, mostra uma cruz cristã prolongada em três de seus braços pelos de uma cruz gamada.