O mais recente documentário musical do diretor Wim Wenders, sobre uma banda cult alemã, cativou a audiência no Festival de Cinema de Berlim, em sua estréia mundial nesta semana. Ode to Cologne - the BAP film, que conta a história de uma velha banda de rock de Colônia, também descreve um microcosmo da história do pós-guerra alemão e fixa um lugar para Wenders no reino dos indiscutíveis grandes documentaristas de música.
Apenas três anos depois de Buena Vista Social Club ter conseguido uma indicação ao Oscar e lançado a carreira internacional de seus músicos cubanos, o retrato da banda BAP arrancou bravos dos berlinenses.
As baladas cheias de dialetos do grupo arrastam atrás de si uma legião de fãs na Alemanha por 25 anos, e o filme agrada aos fãs e a quem nunca tinha ouvido falar dos artistas.
"Parte da razão que quis fazer o filme foi para entender as letras melhor", disse Wenders, que já morava em Hollywood quando a banda ficou famosa no início dos anos 1980. O cineasta ouvia as fitas que seu irmão enviava e ficava imaginando o que as letras diziam. O filme têm legendas, cumprindo uma função didática para o espectador.
Wenders continuou fiel ao estilo de Buena Vista, ao mostrar o vocalista e líder da BAP, Wolfgang Niedecken, 50, a banda e um pouco da história da Alemanha pós-Guerra, usando uma mistura de diálogo e canções da banda.
"A banda reflete de muitas formas a história da Alemanha Ocidental", disse Wenders. O filme tem cenas externas nas ruas de Colônia e cenas de outros documentários e clipes.
"Esse não é um filme para fãs da BAP", disse Wenders. "É um filme para todos aqueles que não são fãs, mas podem acabar se tornando depois do filme."