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Berlim traz 400 filmes e uma visão do mundo que leva a refletir

Domingo, 17 de fevereiro de 2002, 16h51

O Festival de Berlim apresentou este ano em 12 dias e 400 filmes una visão do mundo que questiona o espectador mais que o diverte, apresentando temas que passam pela política, compromisso social, racismo e a imigração.

As gotas de glamour estiveram a cargo de algumas estrelas, como Catherine Deneuve, Claudia Cardinale, Cate Blanchett, Halle Berry, Angela Molina, Russell Crowe, Kevin Spacey, que passaram pelo tapete vermelho na na praça Marlene Dietrich, no centro da nova Berlim, ainda em obras.
O número de espectadores foi estimado em mais de 400.000 que encheram as salas múltiplas da Potsdamer Platz e as da velha Babylon, aberta em 1929, para assistir a um documentário sobre os "drag kings" ou a um primeiro filme argentino.

Estiveram em competição 23 filmes, em maior parte europeus.
Alguns temas de reflexão voltaram como leit-motiv para conjurar o passado: Laissez passer do francês Bertrand Tavernier, Com razão ou sem ela do húngaro Ivan Szabo e Amen, do franco-grego Costa-Gavras, que falam da opção do artista ante o nazismo, ou do Vaticano ante o Holocausto.

Três filmes tiveram como tema a política do começo dos anos 70: Bloody Sunday, sobre o 30 de janeiro de 1972 que desencadeou a espiral de violência na Irlanda do Norte: Baader que traça o retrato do líder da Fação Exército Vermelho que cruzou o Rubicão do terrorismo, enquanto KT conta o seqüestro, em 1973, do opositor Kim Dae-Jung.

Altman, que recebeu o Urso de Ouro pelo conjunto da obra, tem muitos discípulos entre os novos realizadores, que tentam criar clones de Short Cuts, como a dinamarquesa Annette K. Olesen (Minor Mishaps) ou o espanhol Rámon Salazar (Piedras).

Esquizofrenia paranóica em Um homem excepcional (o prêmio Nobel Forbes Nash) e o mal de Alzheimer em Iris (a romancista Iris Murdoch) carregaram a atmosfera, enquanto que 8 mulheres, do francês François Ozon, e a excêntrica Famille Tenenbaum relaxaram o clima.

O Panorama e o Fórum do Cinema Jovem abriram uma janela para o mundo, ao programar documentários sobre temas mais diversos, da música do Brasil à vida da secretária de Hitler, dos meninos de rua aos hippies dos anos 70.

AFP

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