A 4ª edição do Festival Internacional de Cinema de Brasília também tem sido um festival de problemas. Panes elétricas, fitas canceladas, convidados desertores e endêmica desorganização. Nem Morgan Freeman, principal estrela nesta pequena constelação, escapou da confusão. O ator americano, convidado de honra da Embaixada dos Estados Unidos, teve que esperar 40 minutos pela première nacional do recente Crimes em primeiro grau.
Marcada para as 20h de terça-feira, a sessão atrasou por falta de energia na Academia de Tênis, palco do Festival. Os técnicos da Companhia Energética de Brasília (CEB) repararam o fusível queimado com certa rapidez. Já conheciam o problema. Tinham visitado o local na quinta-feira, primeiro dia da mostra competitiva.
Daquela vez, o pagão durou três horas e cancelou toda a programação da noite. Nesta terça, a pane cancelou "apenas" os oito filmes previstos para as 19h.
Ainda que atrasado, Crimes em primeiro grau pelo menos foi exibido. Outros filmes nem tiveram essa sorte. As cópias de Desert moon (do japonês Aoyama Shinji) e Kini & Adams (do africano Idrissa Ouedraogo) sequer chegaram ao país. Enquanto dois filmes da Cinemateca de Roma até chegaram, mas foram rejeitados pela produção devido ao "estado precário" em que se encontram.
No complexo Cine Academia, com oito salas de projeção, o público tem um longo roteiro de reclamações. Péssima qualidade de projeção em tela pequena, legendas eletrônicas em português (lançadas na hora por computador) que aparecem e desaparecem. Fitas simplesmente sem legenda em português. Som que, quando não some, ou fica muito baixo ou vaza para a sala ao lado.