O Palácio do Festival e os prédios vizinhos, como a célebre "Croisette", estarão rigidamente vigiados durante a realização da 55a. edição do Festival Internacional de Cinema de Cannes (sul da França), que será inaugurado esta quarta-feira, devido à ameaça de terrorismo internacional.
"Existe muita pressão e muitos temores", estima o comissário de Cannes, Jean Claude Suzanne, que afirma que sua "prioridade absoluta" é a segurança, na qual inclui os delitos menores. No ano passado, os roubos de batedores de carteira aumentaram 65% na cidade. Quatro companhias de policiais antidistúrbios integradas por mais de 300 efetivos, 30 funcionários de segurança pública, especialistas em explosivos e equipes de socorristas naúticos cuidarão da circulação das ruas e praias próximas ao Palácio do Festival, equipados pela primeira vez com câmeras de vídeovigilância.
As autoridades municipais estão à espera da autorização para utilizar as 80 câmaras distribuídas em toda Cannes, e o vereador encarregado da segurança, Yves Louaver, disse que já conta com uma permissão no momento "verbal".
Cinco câmaras equipadas com zoom controlarão os arredores do Palácio e vigiarão o lado do mar e da cidade. Outras quatro zona na costeira e na capitania dos portos completarão o dispositivo.
O dispositivo está em conexão por meio de fibras ópticas com um velho centro de circulação reabilitado parea a ocasião e onde uma dezena de inspetores se alternarão para assegurar uma vigilância permamente.
Um plano de circulação automobilística foi estabelecido para evitar os engarrafamentos. Os tempos de estacionamento foram reduzidos para incentivar os descarregamentos noturnos e 130 policiais municipais se encarregarão de controlar o tráfego.
Há dois anos, a empresa ferroviária (SNCF) renova "os filtragens" nas estações e aumenta a vigilância nos trens. Em 1999, bandos de jovens tentaram perturbar o evento e as festas particulares tradicionais do lugar.
A sociedade de vigilância Diams, cujos guarda-costas vigiam os hotéis mais famosos como o Majestic, o Carlton, o Martinez e o Noga, querem contentar sua clientela, predominantemente americana.
Um assíduo participante do festival lamenta todo este dispositivo: "Esta segurança desumaniza o festival".
Muitos, como ele, sentem nostalgia da época dourada em que os fãs podiam se aproximar de suas estrelas favoritas sem a angústia de serem afastados amais ou menos de forma violenta por um exérciot de "gorilas".