Um dos "filhos" favoritos do Festival Internacional de Cinema de Cannes, o diretor britânico Mike Leigh, prometeu na sexta-feira que nunca vai fazer um filme em Hollywood e criticou a hegemonia mundial da indústria cinematográfica norte-americana.Veja também:
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Leigh, que ganhou a cobiçada Palma de Ouro de Cannes em 1996 com seu filme Segredos e Mentiras, foi aclamado euforicamente após a exibição de All or Nothing, um drama sombrio que está concorrendo ao grande prêmio no evento deste ano.
Não foram apenas os críticos que derramaram elogios sobre Leigh. Seus atores, que tiveram o luxo de passar seis meses ensaiando antes do início das gravações, saudaram o estilo único do cineasta.
Timothy Spall, protagonista de All or Nothing, disse que, com Leigh, "cria-se uma enorme reserva de experiência e os atores sentem que estão em segurança, em boas mãos".
Mas o próprio diretor só se sente em boas mãos quando trabalha na Europa. Indagado se cogitaria fazer um filme em Hollywood, ele respondeu com um "não" categórico.
O que o revolta é a maneira como a indústria cinematográfica norte-americana domina o setor em todo o mundo. "Cada cinema deveria ser um campo aberto para todos os filmes", disse o diretor aos jornalistas.
"Deveria ser possível entrar em qualquer sala de exibição, em qualquer parte do mundo, incluindo Los Angeles, e ver uma grande gama de produções de toda parte."
Mas ele deixou claro que não condena todos os filmes criados em Hollywood. "Muito do que saiu de lá nos últimos 100 anos é tão importante para mim quanto qualquer outro cinema. O que eu critico é a indústria", disse ele.
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