Veja também:
» Cobertura completa do Festival de Cannes
» Fotos

Com Demonlover, filme que tem trilha sonora do grupo de rock Sonic Youth, Assayas, um dos diretores mais originais do cinema francês, abandona a narração mais convencional de Os destinos sentimentais, seu filme anterior, e volta a um cinema mais rico e criativo. E também mais arriscado.

No filme, uma multinacional que diversifica suas atividades está negociando a compra de uma empresa japonesa produtora de desenhos animados e de sua versão pornográfica. Duas outras empresas disputam a difusão dessas imagens pela Internet, Megatronics e Demonlover, enquanto os executivos da multinacional lutam pelo poder e negociam sua colaboração com uma das empresas. Paralelamente, a Demonlover controla sites secretos de pornografia sádica.

Sexo, violência e poder se misturam no filme, mas Assayas evita o recurso fácil das cenas explícitas, deixando para o espectador a tarefa de imaginar o horror. E, visualmente o filme é forte, marcado pela música, com uma estética inspirada nos videoclipes e na tecnologia.

A fragilidade da obra de Assayas é o roteiro, que torna a intriga confusa e faz com que o interesse do espectador diminua em determinados momentos, apesar da impecável interpretação da dinamarquesa Connie Nielsen e do francês Charles Berling.

Contrastando com a atmosfera pesada de Demonlover, Paul Thomas Anderson apresentou uma comédia luminosa e divertida.

Depois de Sydney, Boogie Nigths e Magnolia (seus filmes anteriores), "quis fazer uma comédia romântica", afirmou Anderson. Objetivo alcançado com sobra.

O filme conta a história de Barry, um homem muito tímido, um pouco tarado e traumatizado por causa de suas sete irmãs, que o sufocam. Solitário, não conhece o amor, até o dia que encontra Lena. Porém, por causa de um deslize, uma ligação para um telefone erótico, se torna alvo de uma chantagem.