Robert Evans, lendário produtor de O Poderoso Chefão, esperou 45 anos para finalmente exibir um filme em Cannes, e nem mesmo uma febra alta o impediu de ir ao badalado festival. "O médico me disse: você só vai para Cannes sobre meu cadáver. Bem, ele pode estar morto, mas estou aqui", disse Evans à Reuters em entrevista na segunda-feira.
O ex-chefe de produção da Paramount Pictures chegou à cidade da Riviera Francesa para apresentar The Kid Stays in the Picture, a versão cinematográfica de sua autobiografia.
"É a maior noite de minha vida, de certa forma", disse ele em seu quarto de hotel, o Eden Roc, com vista para o Mediterrâneo.
"Esta é a primeira vez, desde 1957, que um trabalho meu - e fiz mais de 300 filmes - está em Cannes, e eu não perderia isso por nada."
Evans quase não conseguiu chegar: após perder um vôo por causa da febre, conseguiu carona no jato particular do amigo Jack Nicholson.
O produtor de mais de 70 anos, ainda se recuperando de um derrame, estava de bom humor e falou pelos cotovelos.
"Espero que as histórias da minha vida inspirem outros", disse ele sobre o documentário, que conta como o ator infantil se tornou um chefão do cinema, e depois caiu em desgraça por um escândalo envolvendo cocaína.
No auge da fama, Evans era realeza em Hollywood, casado com a estrela Ali McGraw (Love Story), e produzindo clássicos como O Bebê de Rosemary e Ensina-me a Viver.