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Cannes recebe brasileiros Cidade de Deus e Madame Satã

Segunda, 20 de maio de 2002, 18h20

Cena de "Madame Satã",
de Karim Ainouz
A mais nova safra da produção cinematográfica brasileira exibida em Cannes, com Cidade de Deus e Madame Satã, pode não substituir de imediato, no imaginário dos estrangeiros, o já clássico Orfeu Negro (1959), do francês Marcel Camus - mas será uma injustiça se isso não acontecer em um futuro próximo.

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Os dois longas-metragens têm qualidade e contundência para instaurar um novo retrato do Brasil, como um país de maioria negra, problemas sociais gritantes e uma riqueza humana e artística extraordinárias.

Pelo menos, já se pode comemorar que Cidade de Deus, o explosivo retrato do subúrbio carioca dirigido por Fernando Meirelles e Kátia Lund, conseguiu ótimas críticas de jornalistas norte-americanos em veículos como a Variety e a Hollywood Reporter.

Todd McCarthy, da Variety, escreveu: "Causou intensa reação o filme Cidade de Deus, um olhar intensamente estilizado sobre décadas de violência nas favelas do Rio de Janeiro, que poderia muito bem ter entrado na competição".

O elenco de jovens amadores, recrutados em favelas e subúrbios cariocas, vem sendo disputado pela imprensa local e tem sido visto circulando pelas badaladas ruas de Cannes, ao lado da enorme variedade de celebridades.

Penumbra
Exibido pela primeira vez no domingo, Madame Satã - que concorre ao prêmio Caméra d'Or porque seu diretor, Karim Ainouz, é estreante - também causou impacto.

Retratando a figura do marginal, travesti, malandro e artista João Francisco dos Santos (1900-1976), conhecido como Madame Satã, o filme exala uma intensa energia do protagonista Lázaro Ramos, um ator que abraça o personagem como se o tivesse debaixo da pele ou se fosse possuído por ele.

O protagonista empresta a Madame Satã uma veracidade extrema em cada linha que pronuncia - e os diálogos do filme constituem outro de seus pontos altos.

O acerto quanto à linguagem, ao encontro do ator principal e à fotografia (toda em penumbra,) já pode ser considerado um troféu para Karim Ainouz, que foi co-roteirista de Abril Despedaçado, de Walter Salles. No Brasil, o filme tem previsão de estréia em setembro.

Neusa Barbosa/ Reuters

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