A adolescência é dolorosa, ainda mais quando se tem quinze anos em uma cidade devastada pela crise industrial e a mãe está presa: Ken Loach prossegue seu trabalho de cineasta perscrutador da socidade com uma comovedora descrição da "idade proibida" na Escócia dos dias de hoje, em Sweet Sixteen.Veja também:
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Com este filme, apresentado hoje em competição, o cineasta britânico participa pela nona vez no Festival de Cannes, onde suas obras ganharam duas vezes o Prêmio do Juri (Hidden Agenda e Raining Stones) e um prêmio de interpretação (My name is Joe)
Estamos em Greenock, Liam é um adolescente que logo completará 16 anos, sua mãe está na prisão, e ele espera por sua saída impacientemente, na esperança de começar com ela uma vida nova. Seu círculo afetivo está reduzido a essa mãe, sua irmã mãe solteira e criada em orfanatos, e um amigo, quase irmão, que compartilhou sua infância.
Pobreza e desesperança acompanham essa difícil busca de si mesmo que é a adolescência, que se torna insuperável quando nada se tem e é preciso ganhar a vida sozinho.
Cineasta comprometido, o autor de Terra e Liberdade conduz sua narração em um momento da história e um contexto social preciso, e o retrato amargo desses adolescentes e a crônica psicológica da busca da felicidade impossível e uma denúncia da sociedade britânica de hoje e das condições alarmantes em que vivem seus jovens, marginalizados pela crise industrial que deixou sem trabalho seus pais.
"Os jovens têm a impressão de ter sido enganados. A vida deveria dar-lhes algo mais", declarou Ken Loach na coletiva de imprensa que se segiu à apresentação de seu filme.