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Atores britânicos recebem elogios em Cannes

Terça, 21 de maio de 2002, 17h29

Dois atores britânicos foram aclamados no Festival de Cinema de Cannes, nesta terça-feira, por suas atuações em papéis atormentados. E os contrastes entre eles não poderiam ser maiores.

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Projetado ao estrelato internacional em A Lista de Schindler e O Paciente Inglês, Ralph Fiennes suscitou elogios superlativos dos críticos presentes em Cannes, pelo relato de um homem que revive seus piores pesadelos em Spider, de David Cronenberg.

Além dele, outro astro acaba de nascer: o adolescente escocês Martin Compston, que fez sua impressionante estréia no cinema com o drama Sweet Sixteen, de Ken Loach.

Fiennes faz o papel de Spider, cujo passeio às ruas do bairro londrino de East End desperta memórias de infância que tinham estado escondidas. Sua mente é uma confusa teia de imagens, e ele se convence de que seu pai assassinou sua mãe.

Apelidado de "o Barão do Sangue" por seus filmes de horror sanguinários, o diretor canadense David Cronenberg, desta vez, internalizou o medo - e não fez segredo de seu enorme desejo de ganhar a Palma de Ouro.

Sotaque escocês impõe legendas
Cronenberg enfrentará concorrência acirrada do diretor britânico Ken Loach, elogiado pelos desempenhos magníficos que conseguiu extrair de atores adolescentes estreantes.

Porém, o sotaque escocês é tão forte que Loach decidiu acrescentar legendas para facilitar a compreensão dos espectadores em Cannes.

O diretor vem documentando a luta da classe operária há 30 anos. Sua visão é sombria, e alguns críticos já condenaram o excesso de seriedade de alguns de seus filmes, mas Sweet Sixteen cativou o público devido à performance de Martin Compston, escolhido após testes com 300 candidatos.

Ele faz o papel de Liam, que começa a vender drogas numa tentativa desesperada de ganhar dinheiro suficiente para comprar um trailer para ele e sua mãe morarem quando ela sair da prisão.

A violência é corriqueira nesse mundo sombrio de jovens desempregados que enfrentam um futuro destituído de esperança.

"Conheço muita gente assim", disse Compston. "Não sou ator. Minha pesquisa foi minha experiência da vida real."

Reuters

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