Um drama psicológico intenso sobre um marceneiro e seu aprendiz deu início a mais um dia do Festival de Cinema de Cannes, nesta quinta-feira. Veja também:
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Le Fils (O Filho), dos irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne, é uma análise fascinante da relação entre um marceneiro, Olivier, e um adolescente, pelo qual sente uma espécie de atração inexplicável.
O garoto, Francis, matou o filho de Olivier numa tentativa fracassada de assalto, cinco anos antes. Porém, depois de ter cumprido pena, ele é encaminhado à oficina de marcenaria para ser aprendiz, como parte de seu processo de reabilitação para a vida social.
Olivier sabe quem é Francis, mas este não faz idéia de quem é seu chefe, e o filme explora a maneira como o crime, que os une e separa, rege a interação entre eles.
Bem recebido pela crítica, o filme é um dos 22 que concorrem à Palma de Ouro.
Os irmãos Dardennes já foram laureados em Cannes em 1999, por Rosetta, e, segundo a crítica especializada, são fortes concorrentes para o prêmio deste ano.
Sexo e escândalo
Enquanto Le Fils pode chamar a atenção por sua intensidade emocional, Irreversible, do diretor franco-argentino Gaspar Noe, deve chocar o público quando for exibido, nesta quinta-feira.
Descrito como o "filme-escândalo" do festival, a produção traz a bela atriz italiana Monica Bellucci no papel de uma mulher que luta para lidar com os impulsos animalescos do amante, representado por Vincent Cassel, seu marido na vida real.
Com sequências de sexo explícito e violência chocante - incluindo uma já notória cena de estupro que se prolonga por nove minutos -, Noe deve, no mínimo, provocar a indignação dos críticos.
A morena Bellucci, 33 anos, que já causou impacto pelo seu Malena (no papel de uma mulher cuja beleza agita toda a população masculina de uma cidade italiana), está certa de que Irreversible vai chocar.
"É um misto explosivo de violência e êxtase, de monstruosidade e poesia", disse a atriz em entrevista concedida à imprensa italiana antes do festival.
"Irreversible foi feito para semear a discórdia, para dividir o público. Está a meio caminho entre Laranja Mecânica e Saló - 120 Dias de Sodoma, de Pier Paolo Pasolini. Vai dividir o festival."