Desde que surgiu, há cinco anos, o DVD começou a transformar consideravelmente o sistema de produção de filmes. Antes, importava apenas o que deveria chegar ao público nas salas de cinema e muitas sobras de estúdios e de edição iam para o lixo. O VHS (videocassete), popularizado a partir da década de 1980, não chegou a provocar alteração nesse processo. Com o DVD é diferente. Principalmente em relação às caras produções ou com potencial para grandes bilheterias. Tudo tem sido pensado também para a vida que o longa-metragem terá depois de exibido nos cinemas. A possibilidade infinita de saciar a curiosidade de fãs de diretores, atores e personagens faz com que nada se perca e muito mais seja pensado exclusivamente para o DVD.A edição dupla em formato digital do sucesso infantil Harry Potter e A Pedra Filosofal mostra o potencial diferenciado do DVD no mercado de homevídeo: o de item colecionável. No caso desse filme, não dá só para ver ou rever a história, mas se divertir e se informar com nada menos que seis horas de material extra. O produto está sendo lançado no Brasil antes dos Estados Unidos com material extra até para VHS, em versões dubladas e legendadas.
O DVD sai em dois formatos: o simples, exclusivo para locação; e o duplo, para venda direta ao consumidor. A tiragem também é respeitável: 1 milhão de cópias em VHS e 250 mil em DVD. O lançamento sai amparado pela maior campanha de marketing da história da Warner, com investimentos de R$ 5 milhões - terá divulgação nacional em redes de televisão e mídia impressa.
O disco um contém o filme com duas versões de tela - padrão e widescreen - e trailers originais do cinema. O disco dois explora o universo criado pela escritora inglesa J. K. Rowling. Num dos ícones disponíveis o usuário pode viajar numa sala de aula pouco comum, onde pode aprender feitiços e encantamentos, misturar poções mágicas e executar transfigurações. E muitas outras curiosidade que só o leitor do livro conhece, como descobrir a defesa contra as Artes das Trevas. O navegador pode ser também seu próprio guia para o mundo de Hogwarts e fazer um tour pela Cabana de Hagrid e pelo Interior de Hogwarts.
Há ainda a visita ao Beco Diagonal e acesso ao Shopping do mundo dos bruxos. Lá, como um consumidor comum, é possível escolher a varinha mágica certa na Loja Olivaras.Outras opções são conhecer o Empório das Corujas, o Banco Gringotes e navegar pela Casa Grifinória, Grande Salão e Quarto de Harry Potter. A Biblioteca diverte com livros que gritam, quadros que falam e fantasmas que andam. Se não bastasse o jogo que aparece no filme, pode-se aprender mais sobre o Quadribol e descobrir os principais pontos de uma partida. O DVD inclui também entrevistas com o diretor Chris Columbus e o produtor David Heyman.
O primeiro filme que promete virar série de Harry Potter foi, de certo modo, ofuscado pelo lançamento do começo da trilogia O Senhor dos Anéis, no final do ano passado. Se não consegue encantar como ocorre na parte inicial do arrastado e cansativo livro de Rowling, compensa pelos efeitos visuais e pelo modo como consegue reproduzir o esquisito jogo criado pela autora. Nesse ponto, é bem melhor que o livro. Como outras produções recentes - O Senhor dos Anéis e Homem-Aranha -, o resultado alcançado não seria possível sem os modernos recursos da tecnologia digital. Quem faz a festa e agradece são as crianças, claro.
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