O curta-metragem Um Sol Alaranjado, de Eduardo Valente, da Universidade Federal Fluminense, ganhou o prêmio da Cinéfondation, cujo júri este ano foi presidido pelo diretor americano Martin Scorsese.Veja também:
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Além de ser um prêmio de prestígio e de incentivo a novos autores, o diretor receberá 15 mil euros e garantiu o direito de exibir na seleção Un Certain Regard o primeiro longa que produzir. Além disso, o premiado pode se inscrever para um estágio que lhe permitirá aperfeiçoar-se na França, por conta da Cinéfondation, por seis meses.
O filme do Valente conta, em 17 minutos, a história de um pai e de uma filha que vivem sós. O homem tem um problema sério de saúde, mal fala e depende dela para andar, comer, tomar banho. O cotidiano dos dois é fechado nesse mundo de rotina e quase total silêncio.
Quando volta da rua, ela dedica-se exclusivamente a cuidar do pai. Um dia, ele morre. Incapaz de aceitar essa quebra radical de rotina, esse mundo de redoma criado à sua volta, a moça continua dando banho no pai, deixando a bandeja de comida perto dele, como se nada tivesse acontecido.
A mostra Cinéfondation foi criada em 1998 para estimular novos talentos das escolas de cinema. Nela, são exibidos filmes universitários de até 60 minutos.
A cada ano, até 20 produções são selecionadas a partir de inscrições feitas por escolas do mundo inteiro. O Brasil já participou, em 2000, com a animação De Janela pro Cinema, de Quiá Rodrigues. Desta vez, Um Sol Alaranjado participou de uma seleção com mais de 350 filmes e concorreu com outros 15.
No ano passado, o filme conquistou o prêmio de melhor direção, no Festival de Brasília. Este ano, no Recife, foi eleito melhor filme, direção e roteiro.