Terrorismo pode ser o novo astro de Hollywood nesta temporada de verão no cinema americano. Em meio a uma nova leva de alertas sobre possíveis ataques terroristas nos Estados Unidos, dois filmes ganham destaque na mídia com suas tramas que tratam de bombas nucleares e destruição em massa.A arte muita próxima de uma realidade possível pode não ser o que o público esteja a fim de ver na telona. Se der certo, prepare-se para uma série de produções do gênero.
O teste principal vai ser neste fim de semana, quando chega às telas americanas o filme A Soma de Todos os Medos, baseado em um dos best sellers do autor Tom Clancy. A fita, que entra em cartaz na sexta-feira, foi rodada antes de 11 de setembro e é baseada em um livro lançado em 1991, mas lida com vários assuntos que tomam conta da mídia mundial atualmente: terrorismo, bombas nucleares, conflitos entre israelenses e palestinos…
No filme, Ben Affleck faz o papel de Jack Ryan, o agente da Agência Central de Inteligência (CIA) que foi interpretado por Alec Baldwin em Caçada ao Outubro Vermelho e Harrison Ford em Perigo Real e Imediato e Jogos Patrióticos, todos baseados em livros do autor.
O ponto alto da trama é quando terroristas colocam uma bomba nuclear em um estádio de Baltimore, Maryland, durante o Super Bowl, o jogo de futebol americano que é tradicionalmente o programa de maior audiência da TV americana todos os anos. Desta vez, até o presidente dos Estados Unidos é presença confirmada na partida.
A diferença em relação a tudo que Hollywood já fez sobre o assunto é que a bomba explode. As cenas, que têm sido exibidas em trailers e comerciais do filme, mostram as imagens da destruição. A diferença em relação ao livro é que o presidente não morre, mas tem de lidar com uma crise internacional.
O pior de tudo é que as investigações apontam para uma bomba nuclear desaparecida do arsenal soviético, adquirida por terroristas (no caso, um grupo neo-nazista europeu) – um cenário muito parecido com o que as autoridades dos Estados Unidos têm trabalhado em seus planos de segurança.
Hollywood aposta que o assunto vai atrair o público americano, qeu ficou avesso ao tema nos meses seguintes aos ataques terroristas de 11 de setembro. É tudo ou nada, mas a história recente não está do lado da indústria do cinema. As estréias de filmes como Efeito Colateral e Big Trouble foram adiadas e, ainda assim, as produções tiveram bilheterias medíocres.
O thriller com Arnold Schwarzenegger mostra a morte da família de um bombeiro na explosão de uma bomba de traficantes colombianos. A comédia de Tim Allen gira em torno de uma misteriosa mala-bomba, colocada em um avião.
Na semana que vem, estréia na América do Norte a comédia Bad Company, com Anthony Hopkins e Chris Rock. Na trama, terroristas plantam uma bomba no Grand Central Terminal, uma das estações de trem de Manhattan. A história começa com a morte do agente da CIA Kevin Pope (Rock), que é assassinado quando estava prestes a completar uma missão secreta de manter fora do mercado negro uma bomba nuclear. Sem outras opções, a CIA alista seu irmão gêmeo Jake, um joão-ninguém que tem de ser treinado em nove dias pelo agente Gaylord Oakes (Hopkins) para virar um espião.
A Soma de Todos os Medos é o filme que vai dizer se o tema pode virar uma tendência. O estúdio Paramount Pictures está apostando no patriotismo do público. A première do filme vai ser amanhã, em Washington, D.C., com a participação de líderes militares e nomes importantes da Casa Branca.
A produção de Phil Alden Robinson, que mostra a morte de milhares de pessoas, ganhou um novo tipo de “aviso” da Motion Picture Association of America: “imagens de desastre”, para indicar aos pais que as cenas podem ser um pouco demais para crianças. O filme, com previsão de estréia no Brasil para o dia 14, tem censura de 13 anos nas telas americanas.