O Lido veneziano acolherá novamente em suas salas a mostra, que chega a sua qüinquagésima-nona edição, com uma nova equipe organizadora.

O Governo italiano confiou a Presidência da 'Biennale' ao empresário Franco Bernabé, que por sua vez ofereceu a direção do Festival cinematográfico ao suíço Moritz de Hadeln.

De Hadeln chegou a Veneza após uma experiência de vinte e dois anos no Festival de Berlim e, mesmo com poucos meses disponíveis para preparar o programa, começou a deixar sua marca.

Na seção competitiva "Venezia 59" pelo tradicional Leão de Ouro, predomina o cinema ocidental.

"A Mostra de Veneza não é as Nações Unidas, não existe a obrigação de que todos os países tenham filmes", justificou Moritz de Hadeln.

O diretor do Festival afirmou que "a Mostra é o momento para a promoção de um filme", sem especificar que a produção de filmes é mais forte em determinados países em relação a outros, o que também explicaria esse desequilíbrio no programa.

No entanto, sua convicção é de que se trata de uma mostra "rica, interessante e variada", integrada por 143 filmes, dos quais 77 são longas, 46 curtas e médias e 20 documentários.

Entre esses, 21 filmes competirão pelo Leão de Ouro, o Prêmio Especial do Júri, e pela melhor direção, atriz, ator e melhor revelação. O júri será presidido pela atriz chinesa Gong Li, conhecida por sua atuação em "Lanternas vermelhas", entre outros.

Entre os filmes concorrentes destaca-se "Road to perdition", de Salos, que conta com um elenco formado por Tom Hanks, Paul Newman e Jennifer Jason Leigh.

O cinema americano também estará presente com "Frida", história da pintora mexicana Frida Kahlo, que abrirá a mostra amanhã, quinta-feira, e conta com Salma Hayek e Antonio Banderas. Deste mesmo país participa "Far From Heaven", de Todd Haynes, com Julianne Moore e Dennis Quaid como protagonistas.

O cinema ocidental vem representado pelo britânicos Stephen Frears (Dirty pretty things") e Peter Mullan ("The Magdalene sisters"); pelos franceses Patrice Leconte ("L'homme du train") e Michel Deville ("Un monde presque paisible"); pelo australiano Rolf de Heer ("The tracker") e pelos alemães Doris Dorrie ("Nackt") e Winfried Bonengel ("Führer ex").

Como co-produção entre vários países, o cinema ocidental está presente com Sergej Bodrov ("Bear's kiss"), Andrej Koncalovskij ("La maison du fous"), Agniezska Holland ("Julie walking home"), Tonie Marshall ("Au plus prés du paradis") e Flora Gomes ("Nha fala").

A freqüente representação italiana conta este ano com Piergiorgio Gay ("La forza del passato"), Michele Placido ("Un viaggio chiamato amore") e Daniele Vicari ("Velocitá massima").

Frente a esta nutrida representação do ocidente, o cinema asiático, vencedor de vários prêmios nas últimas edições, exibirá este ano filmes de Taiwan ("Meili shiguang", de Chang Tso-Chi); do Japão ("Dolls", de Takeshi Kitano") e da Coréia ("Oasis", de Lee Chang-Dong").

O Festival mantém este ano uma seção competitiva paralela, aberta a uma linguagem cinematográfica mais inovadora do que a oficial, que premiará o melhor filme.

Participam dela "La virgen de la lujuria", do mexicano Arturo Ripstein; "Poniente", da espanhola "Chus Gutiérrez, e "Rosa la china", da chilena Valeria Sarmiento.

Fora do concurso serão exibidos filmes esperados, como "Bloodwork", de Clint Eastwood; "El cavallero Don Quijote", do espanhol Manuel Gutiérrez Aragón; "K-19", de Kathryn Bigelow, e "Dancer upstairs", de John Malkovich.