A palavra de ordem da 59ª edição do Festival de Cinema de Veneza será glamour, diz o novo diretor do evento, demonstrando a vontade de devolver a glória ao mais antigo festival de cinema do mundo. Moritz de Hadeln, que presidiu o festival de Berlim por 22 anos antes de assumir a direção de Veneza, disse que espera atrair astros e estrelas para o evento, que começa na quinta-feira, e torná-lo mais atraente para o grande público.
"A mídia e o cinema evoluíram, e acho que hoje em dia o cinema também é um negócio, uma indústria, com seus astros e estrelas", disse Hadeln, numa varanda com vista para a famosa praia do Lido.
"De que maneira este festival vai ser diferente dos outros? Espero que haja um pouco mais glamour", confessou. "Este ano, abrimos nossas portas a todos os tipos de cinema".
Enquanto o festival, em edições passadas, focalizava mais as produções pequenas, este ano a competição principal será aberta pela produção de Hollywood Frida, estrelada por Salma Hayek no papel da artista mexicana Frida Kahlo.
A produção será seguida por várias outras hollywoodianas repletas de grandes nomes, além de filmes europeus e asiáticos.
Segundo De Hadeln, o Festival de Veneza perdeu boa parte de seu brilho no cenário cultural mundial devido à ingerência constante do governo e à ênfase excessiva dada ao cinema de autor. Ele espera que sua indicação para a direção permita romper essa tendência.
A lista de filmes a ser exibidos no festival inclui A Estrada da Perdição, o trabalho mais recente do oscarizado diretor britânico Sam Mendes (Beleza Americana), com Tom Hanks, Paul Newman, Jude Law e Jennifer Jason Leigh, e Far From Heaven, de Todd Haynes, com Julianne Moore.
Sean Penn e John Malkovich vão percorrer o tapete vermelho do festival, ao lado da italiana Sophia Loren e da diva francesa Catherine Deneuve.
Ao todo 21 filmes vão concorrer pelo cobiçado Leão de Ouro e 17 outros participarão do concurso que abrange obras mais experimentais.