A atriz mexicana Salma Hayek, intérprete do filme Frida, dirigido pela americana Julie Taymor e que aborda a vida da pintora mexicana Frida Kahlo, confessou esta quinta-feira em Veneza sua paixão pela artista, a quem admira desde os 14 anos. » Confira o especial
"Desde os quatorze anos me apaixonei por essa personagem. Era uma mulher livre, anticonvencional, sem medo e muito criticada, mas que nunca renegou seus princípios", declarou a atriz numa coletiva.
O filme, que abriu a competição pelo Leão de Ouro no Festival de Veneza, foi co-produzido pela própria Hayek, que lutou contra ventos e marés para realizá-lo.
"O dia mais especial de minha vida foi o dia em que comecei a rodar Frida", confessou a atriz, que durante onze anos bateu sem êxito nas portas de numerosos produtores para tentar realizar o filme.
"Em Hollywood ninguém quer realizar um filme sobre os artistas de outra época, ou sobre o México ou sobre os comunistas. E Frida é tudo isso junto: uma artista comunista e doente que se apaixona por um pintor gordo", afirma a atriz, falando da união entre Kahlo e Diego Rivera.
Abandonando o estereótipo de mulher sensual, com o qual conquistou o mercado dos Estados Unidos, Salma Hayek, 36 anos, se transformou graças à diretora americana Julie Taymor na controvertida Frida, caracterizada por suas sobrancelhas espessas e bigode.
"Quisemos ser fiéis a uma personagem tão excepcional que viveu um momento especial de meu país, quando o México fazia parte do mundo e chegavam centenas de pessoas importantes", assinala a atriz, que estudou numerosos documentos e biografias sobre a pintora, bissexual e poliomielítica, amante do exilado russo Leon Trotski e que fora esposa do pintor muralista Diego Rivera, com quem manteve uma longa, dolorosa e complexa relação.
"É um filme que não respeita a realidade. Não é um documentário. Não queríamos realizar uma biografia, mas a história romântica e muito pessoal de uma artista. É a história de como o amor resiste e de como se aguentam os golpes da vida", afirmou por sua vez a diretora Taymor.
O filme, cujo custo foi de pouco menos de 14 milhões de dólares, foi rodado quase totalmente na Cidade do México, e inclusive algumas cenas foram feitas nas residências e nos quartos da casa de Rivera e Khalo na capital mexicana.
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