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Cinema celebra aniversário de 11 de setembro com dois filmes

Quinta, 05 de setembro de 2002, 09h14

O cinema celebra o aniversário de 1 ano dos atentados terroristas nos Estados Unidos com apenas dois filmes, mas um deles já tem dado o que falar. Tanto The Guys quanto o polêmico 11’09”01 tem estréia marcada para o dia 11, em eventos de gala no Festival Internacional de Cinema de Toronto, o mais importante da América do Norte. O evento começa hoje e vai até o dia 14.

Os dois filmes têm temas e perspectivas diferentes. The Guys é uma produção independente baseada na peça homônima de Anne Nelson, um dos primeiros trabalhos artísticos sobre a tragédia. A história é sobre um capitão do Corpo de Bombeiros de Nova York (Anthony LaPaglia) que pede ajuda a uma editora (Sigourney Weaver) para escrever uma homenagem a seus oito homens que morreram no World Trade Center.

Weaver e Bill Murray começaram a encenar a peça em dezembro do ano passado em um pequeno teatro de Manhattan administrado pelo marido dela, Jim Simpson. Em uma temporada extensa, nomes como LaPaglia, Susan Sarandon, Tim Robbins, Amy Irving e Marlo Thomas fizeram os papéis principais. A versão para o cinema é do próprio Simpson. O filme deve chegar aos cinemas americanos em novembro.

A produção francesa, que vai ser exibida hoje no Festival Internacional de Cinema de Veneza, na Itália, é uma coleção de 11 filmes de 11 minutos, 9 segundos e 1 quadro, de 11 diretores internacionais. A perspectiva dos artistias globais nem sempre é simpática aos Estados Unidos, daí a controvérsia. Fazem parte do projeto nomes como o americano Sean Penn, a indiana Mira Nair, o inglês Ken Loach, o francês Claude LeLouch e o bósnio Danis Tanovic, ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro este ano com Terra de Ninguém.

Cada um dos cineastas recebeu US$ 400 mil para gastar como quisesse na produção de um filme. A duração da fita era restrita, mas não o tema – ainda que 11 de setembro tivesse sido o mote. Penn contou a história do sofrimento de uma viúva solitária; LeLouch apresentou uma love story; e Tanovic refletiu sobre o massacre de Srebrenica, na Bósnia. O israelense Amos Gitai mostrou um homem-bomba palestino; o japonês Shohei Imamura fez uma crítica sobre guerras em geral.

A polêmica mesmo deve ficar nos segmentos de Nair, Loach e do egípcio Youssef Chahine. A diretora de Casamento à Indiana contou a história de Salman Hamdani, de 23 anos, muçulmano, uma das 2,8 mil vítimas no World Trade Center. Ele ajudou a salvar algumas pessoas, mas inicialmente foi chamado até de terrorista. O segmento é uma crítica contundente ao preconceito dos americanos.

Loach lembrou de outra tragédia ocorrida na mesma data: o golpe do general Augusto Pinochet no Chile em 1973, patrocinado pelo governo americano. Um exilado chileno na Inglaterra escreve cartas para famílias das vítimas dos atentados terroristas e lembra da época de tortura e assassinatos políticos apoiados pelo Tio Sam.

O personagem principal do filme de Chahine é o fantasma de um soldado americano morto em um atentado terrorista no Líbano em 1983. O militar recebe uma aula sobre a tragédia da política imperialista americana em várias partes do mundo, das bombas nucleares de Hiroshima e Nagasaki ao conflito no Oriente Médio atualmente. No fim, ele agradece pelo esclarecimento.

Outros diretores que participam do filme são o mexicano Alejandro González Iñárritu, a iraniana Samira Makhmalbaf e Idrissa Ouedraogo, de Burkina Faso. Para manter a polêmica em cheque, as empresas StudioCanal e Galatee Films resolveram evitar a colocação do filme nas telas dos Estados Unidos perto do aniversário da tragédia. A produção ainda nem tem distribuidor para o mercado americano, mas estréia na sexta-feira na França e em outros países europeus.

O evento em Toronto também vai exibir o documentário Reno: Rebel Without a Pause, uma gravação do one-woman show da comediante Reno feito em um teatro de Downtown Manhattan poucas semanas depois dos ataques terroristas. No filme da diretora Nancy Savoca, a comediante critica o patriotismo americano pós-11 de setembro e a carta branca dada ao governo conservador de George W. Bush para ações militares e outras medidas polêmicas.

No dia 11, o festival vai começar suas sessões apenas às 11 horas, para que os participantes e o público possam acompanhar pela TV as celebrações em Nova York e Washington, D.C. O evento deste ano vai ter 265 filmes e 80 curta-metragens de 50 países.

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Ricardo Bairos
Planet Pop

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