O diretor austríaco Herbert Brdl faz a première de seu novo filme, Eclipse, nesta terça-feira à noite no Festival do Rio BR 2002.A grande atração da história ambientada na Amazônia é o elenco de brasileiros escolhido pelo cineasta, onde participam Matheus Nachtergaele, Bety Gofman, Paulo Vespúcio e a cantora e atriz Cida Moreira.
Brdl, que assina também o roteiro, arma o drama a partir do assassinato da escritora Pia (Bety Gofman), que vive com o marido pintor, Gil (Matheus Nachtergaele), na cidadezinha de Barcelos, no coração da Amazônia.
Ali eles estão em contato direto com as estrelas, que tanto fascinam Pia, fotógrafa contumaz daqueles céus cristalinos. Essas fotos são retrabalhadas em pinturas por Gil, numa correspondência que é bruscamente interrompida com a morte da mulher, numa noite de eclipse lunar.
A ciência entra como pano de fundo da história, com referências ao astrônomo inglês Arthur Eddington, desconhecido autor de uma descoberta que tornou possível a comprovação da Teoria da Relatividade por Albert Einstein.
Mas nunca esse detalhe cria complicações demasiadas, porque sabiamente o roteirista-diretor encontra jeitos de relacioná-lo naturalmente a todo aquele mundo primitivo que circunda os protagonistas - dois seres com profissões e gostos sofisticados cujo trabalho se alimenta da simplicidade e da natureza bruta ao seu redor.
Outro contraste com a ciência entra na história pela menção ao misticismo, que permeia a personagem de uma cantora lírica e sensitiva (Cida Moreira) e a misteriosa obsessão que muda tragicamente o destino do vagabundo maluco Fred (Paulo Vespúcio) e está por trás da morte da escritora.