Não é apenas na seleção de filmes, com destaque para produções fora dos padrões hollywoodianos, que a 26ª Mostra BR de Cinema aposta na diversidade étnica. » Confira a programação completa do festival
Seguindo a tradição iniciada no ano passado com os iugoslavos da No Smoking Orchestra, do cineasta Emir Kusturica, a abertura do evento traz das gélidas montanhas da Finlândia a banda Leningrad Cowboys para duas apresentações no DirecTV Music Hall.
Nesta quarta-feira o show é exclusivo para convidados e portadores de permanentes integrais do festival.
Na quinta-feira, porém, os portadores de pacotes promocionais e o público em geral poderão obter o ingresso trocando-o por um quilo de alimento na Central da Mostra, no saguão do Conjunto Nacional, em São Paulo.
O paralelo entre o cinema e o rock irreverente dos Leningrad Cowboys foi feito pelo cineasta Aki Kaurism ki em Os Cowboys de Leningrado Vão para a América (1989), título também do primeiro disco do grupo, e os Os Cowboys de Leningrado Encontram Moisés (1993).
Mas foi seu irmão, Mika, o responsável por apresentá-los ao mundo em Absolutamente Los Angeles (1998), em cartaz no festival.
De roupas coloridas que ironizam a banda do Exército Vermelho russo e topetões que dariam inveja ao mais empenhado dos rockabillies, os Leningrad Cowboys também emprestam seu nome a cervejas, telefones celulares e, mesmo tendo gravado uma música chamada Tequilla, à uma marca de vodka.
A banda começou na década de 1980, mas tornou-se mais conhecida após o disco We Cum From Brooklyn, de 1992, que inclui Back in the USSR, dos Beatles. Os covers, aliás, permeiam a carreira do grupo que também canta músicas dos Rolling Stones, Beach Boys, ZZ Top, Bob Dylan e Led Zeppelin.
Descontraídos nos shows que mais parecem uma apresentação circense, eles dizem ser, além de músicos, motoristas de trator.
E até compuseram Space Trator, do disco Go Space (1996), para tentar convencer o público. Se for verdade, a velocidade do trânsito paulistano não deverá ser problema para eles.