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Mostra Internacional abre com música e investe em retrospectivas

Quinta, 17 de outubro de 2002, 14h50

A 26ª Mostra BR de Cinema - Mostra Internacional de Cinema em São Paulo começa nesta sexta-feira, investindo em retrospectivas e balanceando, como de costume, nomes consagrados com novatos diretores. Serão exibidos ainda 14 novas produções brasileiras, entre elas a aguardada Madame Satã, de Karim A nouz.

Repetindo a fórmula testada com êxito no ano passado, o festival mais antigo da cidade iniciou sua temporada de 2002 com dois shows, embora de raízes bem cinematográficas, da banda finlandesa Leningrad Cowboys - habitué dos filmes dos irmãos Mika e Aki Kaurismaki.

Para quem não os conhece no cinema, a Mostra oferece uma chance, exibindo três filmes com a participação do grupo: Os Cowboys de Leningrado Vão para a América e Os Cowboys de Leningrado Encontram Moisés, de Aki Kaurismaki; e Absolutamente Los Angeles, de Mika Kaurismaki.

Mas o prato de resistência da Mostra está mesmo no cinema. Assim, o programa contempla três retrospectivas: da obra completa do italiano Pier Paolo Pasolini (1922-1975), do brasileiro Alberto Cavalcanti (1897-1982) e do russo Aleksandr Sokúrov, um dos mais importantes cineastas contemporâneos, de quem se apresentará 31 filmes, inclusive o mais recente, Arca Russa, um dos destaques do Festival de Cannes deste ano.

Estes três ciclos reforçam o aspecto mais cult da Mostra paulistana em relação a outros festivais do país. Ela abriga a primeira retrospectiva completa da obra de Pasolini, um dos mais influentes intelectuais e cineastas italianos, de quem se exibirá clássicos como Mamma Roma, Desajuste Social e Decameron, ao lado de obras bem menos vistas do diretor, como Gaviões e Passarinhos, Locações na Palestina e Medéia.

Outro destaque será o documentário Pier Paolo Pasolini e a Razão do Sonho, de Laura Betti, a atriz que foi uma das melhores amigas do diretor e que conseguiu imagens inéditas, como participações do cineasta em programas de TV.

Mais conhecido fora do Brasil por ter vivido e trabalhado a maior parte de sua vida na Europa, o carioca Alberto Cavalcanti ganha uma chance de ter seu trabalho reavaliado em seu país de origem. Dele serão exibidos filmes como Na Solidão da Noite (1945), sua obra mais famosa, além de produções feitas num curto período em que morou no Brasil, como Simão, o Caolho (1952), O Canto do Mar (1953) e Mulher de Verdade (1954).

Convidado de honra da Mostra, Aleksandr Sokúrov comparece para acompanhar pessoalmente a primeira retrospectiva de seu trabalho em território brasileiro. Ele também assina a ilustração do cartaz do evento deste ano, tradicionalmente uma criação de um cineasta (em edições passadas, foi desenvolvido por diretores como Federico Fellini e Akira Kurosawa).

Entre os trabalhos de Sokúrov apresentados aqui estarão desde alguns já exibidos no Brasil, como Moloch - Eva Braun e Adolf Hitler na Intimidade (1999) e Taurus (2001), até outros do começo de sua carreira.

Novatos e consagrados
Na seleção deste ano haverá, como sempre, equilíbrio entre cineastas já consagrados e novos nomes - os únicos a participar da seção competitiva do festival que dá direito ao Troféu Bandeira Paulista.

Desta seção fazem parte 35 longas de cineastas que produziram de um até no máximo três filmes. Eles passarão primeiro pelo crivo do público. Os dez concorrentes que receberem as maiores notas das platéias da Mostra - que preenche cédulas de votação ao final de cada sessão - serão posteriormente reavaliados pelo júri, que conferirá a premiação.

Este ano, o júri é formado pela atriz e cineasta afegã Nilufar Pazira (protagonista de O Caminho para Kandahar), o diretor romeno Radu Mihaileanu (de Trem da Vida), o cineasta italiano Silvio Soldini (do sucesso Pão e Tulipas), o músico francês Georges Moustaki, o diretor brasileiro Ugo Giorgetti (de O Príncipe e Boleiros), o cineasta grego Robert Manthoulis (de quem se exibirá nesta Mostra A História de Lilly) e o ex-diretor do Festival de São Francisco e da Cinemateca de Paris, Peter Scarlet.

Entre os novos diretores reside a aposta mais instigante. Em meio às produções que podem render a descoberta ou a confirmação de novos talentos está, por exemplo, o documentário espanhol Balseros, de Carlos Bosch e Joseph María Doménech, relatando a aventura de sete cubanos e suas famílias que se preparavam para uma fuga pelo mar para os EUA.

Figuram ainda: Fotos para Enviar, em que a americana Dierdre Lynch recupera a trajetória da célebre fotógrafa Dorothea Lange; Perdido en La Mancha, produção inglesa de Keith Fulton e Louis Pepe que traz o inusitado making-of de um filme nunca lançado; Poeira do Tempo, do macedônio Milcho Manchevski (do premiado Antes da Chuva), um frenético faroeste ambientado entre os EUA, a Europa e a Macedônia no século 19; e Piedras, do espanhol Ramón Salazar, que acompanha a trajetória de cinco mulheres em busca de um recomeço na vida.

Na seção Panorama Internacional alinham-se diversas atrações provenientes das duas últimas edições de festivais como Cannes e Veneza.

Os destaques ficam para: Agora ou Nunca, em que o diretor inglês Mike Leigh (Segredos e Mentiras) monta mais um delicado painel em torno do distanciamento e do reencontro de uma família proletária; Dolls, do japonês Takeshi Kitano, que entrelaça três trágicas histórias de amor inspiradas no tradicional teatro de bonecos Bunraku; o criativo documentário em torno da histeria armamentista da América, Jogando Boliche por Columbine, de Michael Moore; Naqoyqatsi, nova epopéia visual do inglês Godfrey Reggio; a comédia de humor negro O Homem sem Passado, do finlandês Aki Kaurismaki; Os Ferroviários, drama em torno da privatização das ferrovias britânicas do inglês Ken Loach; e o drama Spider, em que o canadense David Cronenberg desfia a trajetória de um homem internado desde criança numa instituição para doentes mentais.

A produção brasileira recente também não estará descoberta. Serão exibidos nada menos de 14 novos filmes nacionais, entre eles o muito esperado Madame Satã, de Karim A nouz, que ressuscita o polêmico malandro e travesti carioca vivido com garra pelo jovem ator baiano Lázaro Ramos.

Serão mostrados o documentário inédito de Eduardo Escorel, 35 - O Assalto ao Poder, que recupera a memória do levante liderado por comunistas em 1935; Dois Perdidos Numa Noite Suja, revisão da peça homônima de Plínio Marcos dirigida por José Joffily; o documentário Edifício Master, em que o carioca Eduardo Coutinho expõe a intimidade de um prédio de Copacabana; Lara, cinebiografia da atriz Odete Lara assinada pela diretora Ana Maria Magalhães; e Separações, comédia romântica em torno deste tema inesgotável do diretor carioca Domingos Oliveira.

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Reuters

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