Não há nada para ser visto em Ponto Cego, filme narrativamente lerdo e, em última análise, incoerente do diretor independente Stefan Woloszczuk, que será exibido na 26ª Mostra BR de Cinema de São Paulo neste domingo. » Leia mais notícias sobre a 26ª Mostra
As possibilidades comerciais do longa-metragem são nulas, embora a presença do jovem ator James Franco (do extinto seriado Freaks and Geeks e do filme feito para a TNT James Dean: An Invented Life) possa levá-lo a ser incluído na programação de emissoras a cabo durante a madrugada e até a gerar algum retorno em vídeo.
Depois de passar por cinco escolas em três anos, o adolescente Danny Alton (Franco), de 17 anos, acaba metido numa espécie de viagem sinistra entre Los Angeles e San Francisco, passando pelo Vale da Morte.
No meio da história, ele envolve sua ex-namorada April (Shawn Montgomery), o ex-presidiário Wayne (Mark Gleason), a supostamente implacável família do crime organizado Bellini e uma mala misteriosa.
Woloszczuk parece ter como meta fundir a estética mundana da ficção direta e sem requintes com uma espécie de esquisitice paranóica em estilo lynchiano.
Mas a mistura de frissons visuais como colagens de fotos com a narrativa onipresente e pesada de Franco (incluindo pérolas como "minha vida deu uma virada de maneiras que eu não poderia ter imaginado" ou "às vezes a gente tem que ver onde isso vai dar") simplesmente não funciona.
Os créditos técnicos são razoáveis, mas há indícios de desentendimentos na produção - pelo menos é o que sugere o crédito final atribuído a "diretores de arte, semanas 1 a 3".