Wim Wenders passou de Cuba e seu célebre documentário Buena Vista Social Club para a Alemanha Ocidental em Ode a Colônia, cujo título original é acompanhado do explicativo A Rock'n'Roll Film, sobre o veterano roqueiro alemão Wolfgang Niedecken e a banda BAP, que ele comanda há um quarto de século. » Saiba tudo sobre a 26ª Mostra
Embora seja semelhante em tom e estilo ao filme sobre os sedutores ritmos cubanos, Ode a Colônia, destaque de terça-feira na 26a Mostra BR de Cinema, é, naturalmente, muito mais especializado.
O visual e o som são fantásticos na tela grande, mas a faixa estreita do público que provavelmente vai se interessar pelo tema deverá ser estreita.
Niedecken canta e toca um rock destoante, confessional e em estilo de hino, mais ou menos no espírito de heróis aclamados como The Kinks, Bruce Springsteen, Eric Burdon e, é claro, Bob Dylan.
O que o distingue da grande multidão do rock é, entretanto, o fato de ele fazer questão de escrever letras e cantar no dialeto Koelsch, regional de Colônia, sua cidade natal. O dialeto é impenetrável para todos que não vêm dessa região, até mesmo para pessoas de outras partes da Alemanha.
O título original do documentário, em alemão, é Viel passiert, ou seja, Muito Aconteceu, que constitui uma boa descrição das constantes turnês, gravações (16 álbuns até agora) e causas com as quais Niedecken vem se ocupando ao longo dos anos.
Várias tramas menores, divertidas e quase mudas, acompanham as imagens de shows mais atuais e clipes, além de outras cenas da banda nos bastidores de apresentações e na estrada.
São mostradas, na íntegra ou parcialmente, ao todo 26 canções da BAP, sendo que o ponto alto do filme talvez seja formado pelas imagens de cerca de seis apresentações ao vivo costuradas para criar uma versão definitiva do primeiro grande sucesso da banda, Verdamp lang her, de 1981.
Como de costume nas obras de Wim Wenders, a parte técnica é impecável, até suntuosa.
Para saber os horários de apresentação deste filme acesse o site da Mostra: https://www.mostra.org