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Mostra SP: Cronenberg analisa obscuridade da mente em Spider

Quarta, 23 de outubro de 2002, 10h49

Spider, do diretor canadense David Cronenberg, conta a história de um doente mental que recebe alta antes da hora de um hospital psiquiátrico no bairro da zona leste de Londres, onde passou sua infância.

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O longa estréia nesta quarta-feira na 26ª Mostra BR de Cinema, em São Paulo, e, diferente dos outros trabalhos de Cronenberg, é um estudo de personalidade com pouco sangue e quase nenhuma violência.

Trata-se de um trabalho intenso e pessoal do diretor canadense, em que o ator inglês Ralph Fiennes (O Paciente Inglês) praticamente não enuncia nenhum som.

Através somente de gestos e expressões faciais, o ator constrói a dor e a loucura de um personagem extremo em todas as suas escolhas.

Vagando pela antiga vizinhança onde cresceu, Spider (Ralph Fiennes) reencontra as memórias de quando era um menino embalado pelo amor incondicional à mãe (Miranda Richardson).

O filme mostra esse flashback de forma muito competente, em que Spider está em cena junto com os personagens desse passado, num processo no qual emergem as lembranças e explicações de toda a sua trágica história. O pano de fundo é um conflito edipiano que assume um desdobramento radical envolvendo seu pai (Gabriel Byrne).

Em entrevista recente no Festival de Cinema de Toronto, onde o filme teve sessões concorridas, Cronenberg disse que não precisou recorrer a efeitos especiais para retratar os horrores da doença mental.

"Não há aranhas. Achei que seria óbvio demais e eu já tinha meu Spider (aranha) favorito - Ralph Fiennes -, de modo que não precisava acrescentar outras", afirmou o diretor.

O filme também não possui um tema polêmico como o de Crash - Estranhos Prazeres (1996), uma história sobre pessoas eroticamente obcecadas por acidentes de carros e que valeu a Cronenberg um prêmio especial por "audácia, ousadia e originalidade" no Festival de Cannes daquele ano.

Cronenberg, porém, afirmou que fazer Spider não o fez se sentir diferente em relação a seus outros filmes e confessou que o assunto o atrai num nível profundamente pessoal.

"Acho que em muitos momentos estou muito perto de me tornar um Spider, me ver percorrendo as ruas resmungando, provavelmente algo sobre o cinema, usando um casaco velho com o forro esburacado e carregando tudo o que possuo numa maleta barata", comentou.

"Posso visualizar isso acontecendo a qualquer momento - por isso havia alguma coisa em Spider, o personagem, que me atraiu muito e me pareceu muito próximo (de mim)", explicou.

Reuters

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