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Mostra SP: Diretor volta ao cinema mudo para retratar o Brasil

Quarta, 23 de outubro de 2002, 16h22

Em seu longa-metragem de estréia, A Festa de Margarette, destaque na 26ª Mostra BR de Cinema, o diretor gaúcho Renato Falcão volta às origens do cinema, ousando fazer um filme mudo, em preto-e-branco e a 18 quadros por segundo.

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Ele conta a história de um operário, Pedro (o músico e ator Hique Gómez), que sonha dar uma festa de aniversário para sua mulher, Margarette (Ilana Kaplan).

Deve-se muito a Charles Chaplin o tom da narrativa, que aborda as desigualdades sociais quando mostra o operário numa moradia precária na periferia de uma cidade, dividindo um barraco com outra família cheia de filhos como a dele.

O despojamento desses excluídos é mostrado com eficiência visual, por exemplo, no ônibus dividido em duas classes, a primeira na frente, com direito a poltronas estofadas e bandeja de salgadinhos e a segunda, no fundo, onde os trabalhadores se amontoam como bóias-frias.

Nem por inserir essa crítica social o filme perde de vista o clima de fantasia e humor. Assim, constrói imagens poderosas em torno do sonho de Pedro, que está desempregado.

Em sua fantasia, porém, o operário consegue uma enorme quantia em dinheiro que lhe permite ganhar a amizade de um taxista que será seu guia num banho de loja num shopping, de onde sairá com muitas roupas e presentes para a sonhada festa da mulher.

Um toque anárquico que certamente teria agradado também a Chaplin mostra o operário dividindo um resto do dinheiro ao vento com outros deserdados da sorte, como os meninos de rua.

Compensando a falta de diálogos, a música ágil de Hique Gómez, constituída de ritmos brasileiros como o chorinho, anima o filme, que é agradável de se ver, embora aposte numa linguagem rara no panorama do cinema moderno brasileiro.


AS ARMADILHAS DA BELEZA
Isa Albuquerque exibe na Mostra o longa Histórias do Olhar, premiado pelo público no Festival de Trieste, na Itália, no ano passado.

Curta-metragista renomada, a diretora conta quatro histórias nas quais a beleza física, tão festejada por homens e mulheres, se transforma em motivo de preocupação ou mesmo em verdadeiro pesadelo.

É o caso de Amanda, uma bela jovem abordada por uma mulher madura no cabeleireiro que, ao elogiá-la, faz questão de mostrar como a beleza é efêmera, exibindo seu próprio corpo vítima do tempo e de uma operação para a retirada dos seios por causa de um tumor.

Ou de Beatriz, uma menina de 15 anos, assediada por um fotógrafo, pelo porteiro do prédio onde mora e pelo namorado da mãe por causa de seu corpo fantástico. Ela tenta dizer à mãe o que está acontecendo, mas tem medo da reação.

O filme é bem produzido, apoiado num elenco competente, formado por Maria Lúcia Dahl, Alice Borges, Eliane Giardini, Walmor Chagas e Jonas Bloch, mas é vítima de seu próprio formato. Os episódios são desiguais e em alguns, como o da bela garota assediada, o desfecho é muito óbvio.

Reuters

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