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Casa, comida, trabalho, liberdade e principalmente a esperança vendida pelos Estados Unidos fazem centenas de pessoas procurar refúgio na maior potência mundial. E se não podem entrar legalmente, o caminho mais rápido é a porta dos fundos. No caso cubano, o mar.

Neste documentário é mostrada a tocante história de sete cubanos e suas famílias que se lançaram ao mar em 1994 para fugir da ilha e chegar a Miami, mas sofreram um naufrágio do qual os sobreviventes foram localizados pelas equipes de resgate somente sete anos depois da empreitada.

Com muita sensibilidade, os diretores relatam o cotidiano desses refugiados.

Veja abaixo outros destaques da programação:

Marie Joe e seus Dois Amores -- Robert Guédiguian reuniu os mesmos atores de seu filme anterior, A Cidade Está Tranq ila, para contar uma história de amor trágica e ambivalente.

Marie-Jo (Ariane Ascaride) é uma motorista de ambulâncias, dividida entre o casamento terno e tranq ilo com um pequeno empresário de construção (Jean-Pierre Darrousin) e a paixão por um marinheiro (Gérard Meylan).

Com o coração, a mente e o sexo genuinamente divididos entre os dois homens que ela ama, Marie-Jo experimenta todas as dúvidas numa história que permite que os dois homens respirem e se expressem apesar da notória predominância do ponto de vista e das emoções da protagonista.

Mamma Roma -- Neste filme de 1962, p segundo de sua carreira, o cineasta Pier Paolo Pasolini compõe um drama poderoso e de teor sócio-político para narrar a história de uma prostituta, Mamma Roma (Anna Magnani).

Ela concentra todas as suas esperanças no filho adolescente, Ettore (Ettore Garofolo), que mantém estudando longe dela para que ele não saiba sobre seu modo de vida.

Quando Carmine, seu ex-gigolô (Franco Citti), se casa, Mamma vê nisso a oportunidade de mudar de rumo. Ela abandona a prostituição e se muda para um novo bairro em construção na periferia de Roma. Carmine acaba contando a seu filho toda a verdade sobre o passado dela e o rapaz entra numa crise, cai na criminalidade e os melhores esforços da mãe não são suficientes para impedir a derrocada de seus planos.

Jornada pelo Irã -- Essa história do diretor Kianoosh Ayyari serve como panorama da vida e das relações sociais no Irã. Uma nota falsa de mil tomans surge flutuando em um bazar como se tivesse sido trazida do nada. A cédula chega às mãos de um feirante e sua preocupação é passá-la para frente para outro comerciante. E, como num jogo, a nota valiosa vai para um vendedor de frutas, um taxista e, por fim, acaba nas mãos de um mendigo.

Ken Park -- O diretor americano Larry Clark, conhecido no Brasil por Kids, um polêmico retrato da juventude, volta com um trabalho igualmente de cores fortes e com grande predominância sexual.

O diretor conta a história de quatro famílias que vivem numa pequena cidade da Califórnia e a convivência de seus filhos adolescentes, três rapazes e uma menina.

Temas como homossexualidade, sexualidade reprimida, traições conjugais e gravidez na adolescência são retratados em seq ências chocantes.

Cama de Gato -- Filme brasileiro que marca a estréia na direção do paulista Alexandre Stockler segue alguns preceitos do movimento dinamarquês Dogma 95.

O diretor liga sua câmera digital e filma a história de três jovens, Cristiano, Francisco e Gabriel. Eles vivem uma noite de terror depois de matarem acidentalmente uma colega de escola que eles estupram no quarto da mãe de um deles.

A fita contém muitas cenas de sexo, algumas bastante realistas, e pretende ser uma crítica ao atual estado em que se encontra o país. O filme ficou entre os mais votados do público da Mostra na seleção divulgada sábado passado.

Edifício Master -- O prestigiado documentarista Eduardo Coutinho traça um retrato emocionante na vida dos moradores do Edifício Master, um condomínio no Rio de Janeiro habitado por pessoas de baixa renda.