Novo é um misto bizarro de erotismo francês e cenas de sexo bem-humoradas, que será exibido nesta terça-feira na 26ª Mostra BR de Cinema. Mas tenta sem sucesso fazer um filme de arte, tratando com seriedade amor e memórias. » Saiba tudo sobre a 26ª Mostra
Protagonistas bonitos sempre dispostos a tirar a roupa em público e mergulhar de cabeça numa fantasia sexual devem conferir ao filme um impulso inicial nos mercados europeus voyeurísticos, mas a falta básica de assunto e nexo da trama vai acabar prejudicando seu desempenho de longo prazo nas bilheterias.
Graham (o ator espanhol Eduardo Noriega), trabalha num escritório branco, totalmente livre dos objetos e móveis normalmente encontrados em escritórios. X primeira vista, ele parece ser a vítima de sua chefe sexualmente voraz (Nathalie Richard), que tira vantagem dele após o horário comercial, sendo as atividades dos dois observadas por outro funcionário.
Mas Graham está apenas sofrendo de perda total da memória em decorrência de um acidente sofrido quando praticava artes marciais.
Sua incapacidade de se lembrar de qualquer coisa que fez durante o dia - sem falar de sua mulher, seu filho e toda sua vida anterior - faz com que lhe seja difícil apaixonar-se pela belíssima secretária temporária do escritório, Irene (Anna Mouglalis, de Teia de Chocolate).
Cada vez que eles transam é a primeira vez para ele, fato que tem seus lados positivos, mas também negativos. Enquanto isso, eles se divertem para valer com creme de barbear, cordas e pincéis mágicos em diversos lugares. O sexo é divertido, mas não leva a lugar nenhum, já que Graham não consegue lembrar-se do que fizeram uma hora antes. Irene resolve recordar a relação em nome de ambos.
Neste seu quinto longa, o diretor Jean-Pierre Limosin incluiu uma série de idéias potencialmente interessantes no filme, que escreveu em conjunto com o romancista Christophe Honore.
Mas as idéias não têm bases realistas nas quais fincar os pés, num mundo feito de ambientes e figurinos futuristas e de atores idealizados para se parecerem com modelos ou heróis de histórias em quadrinhos.
Em última análise, os personagens são bonitos, mas não despertam a empatia do público, e é esse o grande ponto fraco do filme, tecnicamente inovador.
Para saber mais informações, consulte o site da Mostra, www.mostra.org.