O documentário A Cabine, destaque desta quinta-feira, último dia da 26ª Mostra BR de Cinema, oferece um vislumbre fascinante de como decisões criativas são feitas e desfeitas ao retratar o tortuoso processo de criação do desenho animado A Nova Onda do Imperador, produzido pela Disney em 2000. » Leia mais notícias sobre a 26ª Mostra
História de um filme que não chegou a ser feito, além de ser o relato daquele (quase inteiramente diferente) que chegou às telas, A Cabine é obrigatório para fãs de desenhos animados e cinéfilos em geral.
Várias histórias novas são aventadas, sendo que a escolhida é a mais descuidada. Finalmente, já com seu novo título, o projeto virou uma comédia muito mais simples e menos interessante, que praticamente não tem o que fazer com a trilha já pronta.
Allers abandona o projeto, pelo qual deixou de sentir qualquer entusiasmo, passando seu controle para seu co-diretor, Mark Dindal. A troca de personagens também resulta na troca dos atores usados para gravar suas vozes.
Uma vez tudo aprovado, a equipe tem prazo de apenas 18 meses até a estréia do filme. Enquanto isso, Sting já começou a gravar seu próximo álbum. Quando, finalmente, lhe pedem para compor outra canção (uma das apenas duas que acabaram ficando no filme), ele está em turnê internacional, de modo que é obrigado a criá-la semanas antes da estréia de A Nova Onda do Imperador.
Embora todos procurem encarar da melhor maneira possível, é impossível ocultar a decepção e frustração que a modificação radical e forçada do filme provoca na equipe, desde animadores até dubladores.
No final, A Nova Onda do Imperador se tornou um acréscimo sólido, mas não notável, ao acervo da Disney.
Em A Cabine, imagens das diversas fases de gestação do desenho, além de entrevistas com os principais criadores responsáveis, fornecem "insights" fantásticos sobre o processo verdadeiramente colaborador que está por trás dos principais filmes de animação da Disney.