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Queen Latifah conquista Hollywood

Terça, 11 de março de 2003, 12h47

Arquivo Terra
Quando Queen Latifah andar pelo tapete vermelho antes da cerimônia do Oscar, no dia 23, muita gente vai estar reconhecendo a estrela por conta de Chicago, pelo qual ela está indicada na categoria de atriz coadjuvante.

Muito antes de conseguir um papel no musical, ela garantiu lugar no mundo pop ao virar a mais bem-sucedida rapper mulher da história e ainda mostrou talento na televisão, no seriado Living Single. No último fim de semana, sua nova comédia, Bringing Down the House, arrecadou US$ 31,7 milhões. A trajetória da "rainha" até o topo não foi nada fácil.

Latifah, cujo nome verdadeiro é Dana Owens, lançou o disco All Hail to the Queen em 1989, seguindo o caminho aberto por Salt ‘N Pepa. Os singles Ladies First e Dance for Me viraram hits instantâneos e ela participou de trabalhos de De La Soul e Monie Love, mais estabelecidos no mundo do rap. O álbum Nature of a Sista, de 1991, ajudou a manter o respeito da comunidade negra.

Logo em seguida, Latifah perdeu o irmão em um acidente de moto (que ele tinha ganhado de presente dela) e entrou em uma espiral de depressão, drogas e bebida. Em 1993, conseguiu reunir forças para gravar o disco Black Reign, cujo single U.N.I.T.Y lhe rendeu um Grammy e virou seu trabalho mais bem-sucedido.

"Eu ganhei o Grammy e não ligava, porque estava muito frágil emocionalmente", disse a cantora recentemente à MTV americana.

Na mesma época, ela tentava entrar para o cinema: trabalhou em Febre da Selva, de Spike Lee, e ganhou o papel principal de Set It Off, em que fazia uma criminosa lésbica. Durante as filmagens do drama, ela chamou atenção por ter sido presa em Los Angeles com maconha e uma arma ilegal (que passou a carregar depois de um assalto em que o guarda-costas levou um tiro).

A notícia repercutiu porque o seriado Living Single fazia sucesso na Fox como o primeiro programa dedicado ao público feminino negro no país. A série (exibida no Brasil pelo canal Sony) ficou no ar durante cinco anos.

Em 1998, foi a vez do disco Order in the Court, em que usou o rhythm and blues para mostrar novas habilidades vocais, e partiu para papéis cinematográficos mais maduros, como nos filmes O Jogo da Sedução, com Holly Hunter, e O Colecionador de Ossos, com Denzel Washington. Os filmes não chamaram atenção do público, mas renderam prêmios e fizeram com que ela ganhasse seu próprio talk-show, também na Fox. O programa ficou no ar apenas um ano.

No ano passado, ela apareceu no filme Brown Sugar; fez o papel de Mama Morton em Chicago; lançou uma coleção de maiores hits (She’s a Queen: A Collection of Hits); e foi presa novamente, desta vez por dirigir sob influência de álcool. Latifah é, assim, a primeira indicada ao Oscar a estar cumprindo liberdade condicional.

Mesmo se não levar a estatueta desta vez, a estrela, que está com 33 anos, tem um ano garantido pela frente. Bringing Down the House, em que contracena com Steve Martin, virou sucesso instantâneo no cinema americano e ela vem sendo convidada para inúmeras aparições hi-profile: apresentou o Soul Train Awards e foi a estrela de Saturday Night Live, no último fim de semana.

A música também vai bem: ela tem faixas na trilha sonora de Chicago e e na de Bringing Down the House. Em junho, chega ao mercado um novo disco, batizado de First Love. O reinado deve ir longe.

Leia mais:
» Queen Latifah, com Bringing Down the House, lidera bilheteria dos EUA

Guto Barra / Planet Pop

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