Pierce Brosnan deixou James Bond de lado por um tempo para fazer o que mais gosta, produzir e protagonizar um filme "com coração", Evelyn, apesar de ter que se esquecer de atuar como 007, um papel que - diz - sempre marca, mas que é fácil de levar.O ator irlandês falou nesta quarta-feira, em Madri, de Evelyn, o filme que vai estrear na Espanha em 4 de abril e no qual ele encarna um homem com quem se identificou muito fácil: "Um pai de família irlandês e católico".
É o terceiro filme que Brosnan produz com sua companhia Irish DreamTime, uma empresa com a qual descobriu o que mais gosta de fazer, produzir: "Buscar histórias, diretores irlandeses que tenham algo a contar, sejam jovens ou mais maduros, e fazer um filme.
Evelyn, dirigido pelo australiano Bruce Beresford (Conduzindo Miss Daisy), conta a história real de Desmond Doyle, um homem abandonado por sua esposa que perde a custódia de seus filhos.
Sua luta contra o Estado e a Igreja, nos anos cinqüenta, foi um caso único na história da Irlanda, que chegou a ter que modificar a lei sobre a infância, depois deste caso demonstrar que era inconstitucional.
"Gostei (do projeto) porque é uma história real e porque o roteirista (Paul Pender) fez um tratamento muito interessante do tema, dando um toque de comédia para que não caísse no dramalhão e fosse uma história mais leve e agradável e não tão auto-complacente".
Foi também Brosnan quem escolheu Beresford. "Eu tinha trabalhado com ele em Mr. Johnson e sabia que ele conseguiria encontrar a essência e o estilo da história. Esta é uma história pequena, mas cheia de grandes talentos, como Alan Bates, que adoro, e Stephen Rea, que conheço há trinta anos".
O que Brosnan pensou foi se protagonizava ou não o filme, dado que seu personagem é um homem de classe baixa, bebedor e que canta em bares. Um perfil que não tem nada a ver com a imagem de James Bond.
"Não queria dar muita importância ao aspecto, mas o certo é que pensei um pouco, mas a paixão pelo papel me convenceu. É certo que o personagem de Bond é tão forte que o público sempre o tem presente, e este é um papel delicado e pequeno, mas no final pensei que podia dar certo", destaca Pierce Brosnan.
O ator confessa sua incerteza diante da possibilidade de um ataque militar contra o Iraque: "É um horror; por que a guerra, por que agora, é necessário? Acho que não".