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Mas tem alguma coisa muito certa com o Festival de Gramado. Ele superou grandes dificuldades econômicas e, mais uma vez, foi um centro de discussão sobre o futuro do cinema brasileiro. O pessoal reclamou que não teve festa de abertura, que não teve desfile de estrelinhas das novelas da Globo, que não teve atriz tirando a roupa ou ator mostrando seus tríceps, mas isso é pedir demais para um festival de cinema com orçamento no vermelho e sem condições de gastar em supérfluos. O Festival de Gramado tem que ter bons longas brasileiros, e o deste ano teve "Amores", de Domingos de Oliveira (que não vi, mas já gostei), e "A reunião dos demônios" (que vi em vídeo e gostei ainda mais), de Cecílio Neto. Teve uma boa mostra super-8, teve filmes argentinos interessantes, teve alguns curtas legais. E é isso. Quem sabe, no ano que vem, o Governo do Estado, em vez de gastar dinheiro precioso financiando mega-shows internacionais sem qualquer significação cultural para o Rio Grande do Sul ou para o Brasil, reserva uma fatia maior de recursos para Gramado voltar à sua antiga forma: muito cinema, mais doses bem balanceadas de vinho, pompa e circunstância. Leia também: Carlos
Gerbase é jornalista e trabalha na área audiovisual, como
roteirista e diretor. Já escreveu duas novelas para o ZAZ (A
gente ainda nem começou e Fausto)
e atualmente prepara o seu terceiro longa-metragem para cinema, chamado
"Tolerância".
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