MUITO
RAPIDINHO
Jean-Claude
Carrière, grande roteirista e realizador francês, além
de autor de bons livros didáticos sobre cinema, disse em algum
lugar mais ou menos o seguinte: "Ao criar uma cena, não
descreva longamente ações que, no filme, serão
curtas". Sábias palavras. Eu tenho que escrever sobre um
filme chamado Cara, cadê meu carro, que é um filme...
Sejamos educados: muito pequeno. Na duração (82 minutos)
e, principalmente, no conteúdo. Assim, esta será minha
coluna mais curta de todos os tempos, considerando a absoluta pequenez
dessa obra.
AGORA
COM MAIS CALMA
Não
dá pra ter calma. Cara, cadê meu carro é
uma comédia sobre dois débeis mentais, envoltos com um
monte de outros débeis mentais, fazendo coisas idiotas. Débi
e Lóide, referência inevitável, é um
filme inteligentíssimo perto desse desfile de burrice cinematográfica.
E as piadas (já sem graça) dos dois Austin Powers
são engraçadíssimas perto dessa chatice monumental.
Então, seguindo o conselho do mestre Carrière, encerro
aqui.
P.S. Mas, dando
uma da Polyanna, deu pra rir um pouco naquela cena do drive-thru chinês.
E só.
"O que mais?"
É só.
Mais nada. A crítica acabou.
"O que mais?"
Chega. Quero encerrar
a coluna.
"O que mais?"...
Cara,
Cadê Meu Carro (EUA, 2000). De Danny Leiner
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