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ERIN BROCKOVITCH
Erin Brokcovich é número um na lista "top ten" nos Estados Unidos esta
semana, e é
um bom filme.
Isto acontece, primeiramente, porque ele é bem dirigido. Steven
Soderbergh dirigiu o maravilhoso Sex, Lies e Videotapes, que trouxe algo de
novo para a
linguagem cinematográfica.
A câmera de Soderbergh está sempre na cara dos
atores,
tentando elevá-los à categoria de pessoas comuns e, por isso, complexas, como
todos nos
mortais.
O roteiro é bem trabalhado para que a história seja contada de uma
maneira que
mantenha o espectador prestando atenção ao filme até o final.
Outro motivo pelo qual o filme tem sucesso é porque os atores são bons.
Julia
Roberts
mostra que além de ser uma mulher muito bonita, realmente sabe atuar.
Neste filme ela
é Erin, uma mãe solteira com três filhos e completamnte sem grana.
Desempregada.
Batem em seu carro. Ela tem um problema no pescoço e procura um advogado
para tentar
fazer dinheiro rápido à moda americana: processando o motorista do outro
carro.
Ele
é um médico que pode pagar advogados melhores. Erin perde
o caso no tribunal. Ela implora ao advogado (Finney) para contratá-la e torna-se a
heroína do filme num caso verídico em que a companhia de água envevena
centenas de
cidadãos, e tenta passar impune.
Eu não posso falar de Julia Roberts neste
filme sem
mencionar o seu figurino. Ela está sempre vestida com as roupas mais bregas e
cafonas
que alguém pode imaginar. Sapato alto com o salto de acrílico, pernas à mostra e
blusinhas apertadas com os peitos de fora. O cabelo com a pintura
loira-mal-tingida, e
muita maquiagem na cara.
Coloque tudo isto num escritório de advocacia.
Embora seja um bom filme, ao contrário de Sex, Lies..., Erin Brokcovitch não
é uma
revolução cinematográfica em termos de critividade, ou inovador na sua
linguagem.
É
mais um filme da indústria holywoodiana. Bem feito, eficiente, com um final
feliz, bom
senso de humor, locações interessantes, figurinos e maquiagem bem trabalhados, e
personagens fortes.
Mas, não é um filme que deixa o espectador
sofisticado mais
feliz por ter assistido algo fora do ordinário, como as técnicas de edição de
Sex Lies...
Segundo o próprio Sodenbergh, ele queria fazer um filme linear, contar
uma história
bem contada, e pronto!
Erin Brockovitch, EUA (1999). De Steven Soderbergh. Com Julia Roberts e
Albert
Finney
Bárbara
Kruchin
é artista
plástica e aficcionada por cinema. Ela é brasileira, mas mora em
Nova York desde 1991, onde cursou a School of Visual Arts.
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