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THE NINTH GATE
Não sei por onde começar a falar dos defeitos de The Ninth Gate, último filme
de Roman
Polansky.
Certamente não será pelo charme de Johnny Depp, que neste filme está
esbaldando o seu ar "cool" como pesquisador de livros raros.
Mas fora ele, e algumas cenas fortes, o resto do filme não vingou.
Dean Corso
(Depp) é
contratado por um colecionador de livros raros para certificar-se de que as
outras duas
cópias do livro "The Nine Gates to the Kingdom of Shadows" são verdadeiras.
Corso
viaja para a Espanha e França em busca das obras, encontra-as, mas junto com
elas
acontecem coisas de arrepiar os cabelos.
Nada que chegue aos pés do "O
Bebê de
Rosemary" ou "Repulsão".
Várias coisas ficam inexplicadas no filme. Durante o tempo inteiro Johnny
Depp é seguido
por uma mulher (Seigner) e nunca fica claro para o espectador se ela está do
lado do
mocinho, do bandido, do diabo...não fica claro se ela é do contra ou a favor,
se ela se
apaixona por Corso ou não... nada definido.
Outra parte da obra que fica a desejar é o porque da busca. Boris Balkan
(Langella) quer
encontrar as duas outras obras para armar um pacto com o diabo, mas no fim,
quem
acaba... não posso contar o fim, mas ele é frustrante.
Mas fora estas falhas, e fora o filme ser muito longo, tem alguns momentos
brilhantes. Um
deles é quando a super "sexy" Lena Olin seduz Johnny Depp de uma forma
fascinante, ou
quando ela está liderando uma cerimônia satânica à moda da orgia de "Eyes
Wide Shut"
de Stanley Kubrick.
Grandes artistas, como Roman Polansky, atingem momentos de altíssima
sofisticação na
sua obra. Mas, às vezes, não conseguem superar a si mesmom. Vamos esperar o
próximo.
The Ninth Gate, EUA (1999). De Roman Polansky. Com Johnny Depp, Lena
Olin, Frank
Langella, Emmanuel Seigner
Bárbara
Kruchin
é artista
plástica e aficcionada por cinema. Ela é brasileira, mas mora em
Nova York desde 1991, onde cursou a School of Visual Arts.
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