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HIGH FIDELITY
High Fidelity é um livro escrito pelo jovem escritor inglês Nick Hornby. Rob,
o
personagem principal é um DJ, dono de uma loja de discos, que acaba de ser
largado pela
namorada.
A briga de casal leva-o a recontar toda a sua vida amorosa, desde a
primeira
relação, que durou exatamente seis horas, até o amor maduro.
O sotaque não é a única diferença entre os britanicos e os americanos.
São
duas culturas
completamentes diferentes. Enquanto os britânicos são quietos e reservados, os
americanos falam alto o tempo inteiro, e lhe contam sobre a vida inteira
nos primeiros
cinco minutos do primeiro encontro.
Enquanto os britânicos tomam chá, os
americanos
tomam diet coke andando na rua. Os britânicos têem um senso de humor seco, enquanto
nos americanos, senso de humor é uma coisa que eu não consigo encontrar. E a
lista
continua, mas o cerne da questão é que a cultura britânica, por mais
diferenciada que seja, é uma cultura européia; e a cultura americana não. Mas o que eu quero dizer
com isto?
A
cultura européia trata as relações amorosas, ou qualquer outro assunto, de
uma maneira
geral, de uma forma mais aprofundada, mais sofisticada, com mais camadas. Os
americanos tratam as relações amorosas de uma forma muito pragmática a
superficial.
O diretor inglês Stephen Frears (My Beautiful Laundrette) é responsavel pela
adaptação
para o cinema de High Fidelity. Ele traz a história de Londres para Chicago,
e para quem
leu o livro antes de assistir ao filme, este detalhe faz com que o espectador
fique buscando
referências britânicas ou londrinas o tempo inteiro, não as encontrando.
Mas, se este detalhe não é levado em conta, High Fidelity é um filme que
mostra algumas
coisas interessantes e inovadoras. Por exemplo, Rob (John Cussak) fala
olhando para a
câmera, e neste caso, o truque funciona. Ele está, na verdade, falando com o
espectador, e
confessando as suas frustações amorosas, e nos tendo como cúmplices.
Outra coisa interessante é o senso de humor. Na loja de discos usados, Rob
tem dois
assistentes, eles são engracadéssimos e têem como objetivo principal fazer com
que os
clientes se sintam mal se pedirem para escutar alguma coisa parecida com
Johnny Mitchel. Peço desculpas a todos os apreciadores de Johnny Mitchel.
A namorada que dá um fora em Rob é a mesma atriz do filme Mifune, a
dinamarquesa Iben
Hjejle. Ela é belíssima e tem um sorriso apaixonante, e está à altura do
charmosíssimo
John Cussack.
Vá ver o filme assim que ele entrar em cartaz e compre a trilha sonora logo
em seguida. Se voce é membro do grupo do cromossoma Y, heterossexual, e a sua namorada
acabou
de deixá-lo, você vai encontrar consolo.
High Fidelity, EUA (2000). De Stephen Frears. Com John Cussack, Iben Hjejle, Todd
Louiso e Jack
Black.
Bárbara
Kruchin
é artista
plástica e aficcionada por cinema. Ela é brasileira, mas mora em
Nova York desde 1991, onde cursou a School of Visual Arts.
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