Holy Smoke
Acaba de ser lançado em Nova York o último filme de Jane Campion, diretora
de O
Piano.
Jane Campion é da Nova Zelândia, e Holy Smoke é, aparentemente, a história de
Ruth(Winslet), uma australiana que vai para a India e encontra felicidade num
culto
religioso. Mas o verdadeiro drama se passa com sua família na Austrália, onde
eles tentam
achar uma maneira de fazê-la voltar para casa.
Sua mãe Miriam (Hamilton), é
cabelereira
de cachorros, e seu pai Gilbert (Tim Robertson), anda pela casa com calção de
banho,
bebendo cerveja no meio da tarde. Quanto ao resto da família, um irmão é
homossexual e
traz o namorado para festas de família, o outro irmão é casado com uma mulher
sexualmente frustrada. Tão frustrada que quando a família importa PJ Waters
(Keitel), o
psiquiatra americano que salva pessoas que estão possuidas por cultos, a
cunhada de Ruth
se joga para cima dele.
Mas a história que tem uma grande carga sexual é a que se passa entre Ruth e
PJ Walters.
O tratamento psiquiátrico para que ela esqueçaa o guru indiano consiste em que eles passem
três dias numa casa no meio do deserto. A tensão sexual vai aumentando, e
eles acabam
na cama.
Mas a tensão psicológica também é grande, e é difícil concluir quem
está
manipulando e quem esta sendo manipulado. O que se sabe é que eles estão
tendo o raro
prazer de viver todas as suas fantasias sexuais.
O que enfraquece um pouco a história é quando a familia de Ruth aparace e são
retratados
como uns idiotas.
O cinema australiano tem uma tradição de fazer comédias
sobre as
classes baixas, como em Muriel's Wedding. O que acontece aqui é que as vezes a
dimensão psicológica do que se passsa entre Ruth e PJ é enfraquecida por estas
interrupções.
Mas Jane Campion também esté isolada numa cabana no meio do deserto na Nova
Zelândia, trabalhando no seu próximo filme, In the Cut, uma adaptação do
livro de
Susanna Moore, estrela por Nicole Kidman.
Holy Smoke (EUA, 1999). De Jane Campion, com Kate Winslet, Harvey
Keitel, Pam Grier, Julie Hamilton, Sophie Lee, Daniel Wyllie
.
Bárbara
Kruchin
é artista
plástica e aficcionada por cinema. Ela é brasileira, mas mora em
Nova York desde 1991, onde cursou a School of Visual Arts.