HILARY AND JACKIE
Jacqueline du Pre foi
a maior celista inglesa. A mãe era pianista, a irmã tocava
flauta e quando pequena, era melhor que ela. Mas Jaqueline ganhou uma
competição quando era ainda uma criança e ficou famosa
de um dia para o outro. Começou a ser convidada para tocar no mundo
inteiro, casou com um maestro argentino e eles quase viveram felizes para
sempre. Mas o final da história nao e um conto de fadas. 
Aos vinte e oito anos de idade ela foi diagnosticada com múltipla
esclerose, e faleceu aos quarenta e dois, em 1987. Com toda esta novela,
seria muito fácil para o diretor Anan Tucker fazer um filme piegas
e apelativo. Mas isto não acontece. O roteiro é muito inteligente,
a história é contada do ponto de vista de Hilary, a irmã
com quem Jackie tem uma amizade bonita, mas ao mesmo tempo dependente
e doentia.
Em um certo momento de suas vidas Jackie pede para dormir com o marido
de Hilary, e esta lhe concede o desejo contra a sua vontade. Depois vemos
a narrativa sendo contada do ponto de vista de Jackie, e temos a oportunidade
de ver quão vazia pode ser a vida de uma pessoa que está
na ribalta, viajando de um lugar para o outro.
Em um certo momento
de uma turnê, Jackie envia um pacote para casa. Sua família
fica desapontada ao ao abri-lo e descobrir que o conteúdo eram
suas roupas sujas, para serem lavadas e voltarem com o cheiro de seu lar.
A atuação também e excelente, principalmente Emily
Watson (Ondas do Destino), que consegue recriar esta celista que foi uma
pessoa muito complexa: doce quando estava de bem com a vida, genial quando
tocava, difícil como todas as pessoas que são colocadas
num pedestal desde a infância, e convincente quando pira e adoece.
Será que Emily vai ganhar a estatueta? Ou será que a academia
vai preferir a ex-namorada do Brad Pitt?
Hilary and Jackie, Inglaterra, 1998. Direção: Anand
Tucker.
Bárbara
Kruchin
é artista
plástica e aficcionada por cinema. Ela é brasileira, mas mora em
Nova York desde 1991, onde cursou a School of Visual Arts.