A Simple Plan
A Simple Plan é um filme totalmente americano. A paisagem é do Centro-oeste, onde tudo é coberto de neve no inverno, assim como no filme Fargo. Os personagens são americanos brancos que, ao encontrar 4,4 milhões de dólares têm que decidir pelo bem ou pelo mal. Mais americanice.
Na
terra do tio Sam tudo é preto ou branco, certo ou errado, nunca
bebe ou é considerado alcoólatra, nunca fuma ou é
viciado, nunca fez nada de errado ou é totalmente corrupto. Mas
o filme, baseado no livro homônimo de Scott B. Smith, é bom.
A câmera está sempre na cara dos atores.
A grande revelação é Jacob (Billy Bob Thorton), irmão problemático de Hank, trabalhador, casado com a grávida Sarah (Fonda). Billy Bob Thorton é o personagem mais complexo do filme, o que tem dúvidas e não sabe qual caminho seguir. Um cara sensível que tem sofrimentos verdadeiros.
Não é coisa fácil passar tudo isso na tela. E mais difícil ainda é fazê-lo de uma maneira natural e verossímil. A Simple Plan é um filme que começa devagar, e você quase não dá nada por ele. Mas aos poucos ele vai envolvendo o espectador até o final dramático. Vale a pena conferir.
E se você for assistir na terceira avenida com a rua 11 dê uma conferida no café Taylor’s. É uma porta pequeninha na segunda avenida entre as ruas 11 e 12 que tem o melhor Caramel Finger da cidade. Também vale a pena conferir.
A Simple Plan, EUA, 1998. De Sam Raimi. Com Bill Paxton, Billy Bob Thornton, Brent Briscoe e outros.
Bárbara
Kruchin é artista
plástica e aficcionada por cinema. Ela é brasileira, mas mora em
Nova York desde 1991, onde cursou a School of Visual Arts.