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THE VIRGIN SUICIDES
Sofia Coppola tem um bom sobrenome. Ela é filha de Francis Ford Coppola, e
casada com
Spike Jonze, diretor de Being John Malkovitch. Isto significa que ela cresceu
e viveu a
vida inteira em Hollywood, que foi fácil para ela realizar um filme porque ela
tem todos os
contatos, que ao mesmo tempo ela deve ter dificuldades de colocar a sua obra
na roda
para ser criticada por todo mundo, enfim, como sempre, os prós e os contras
da fama.
The Virgin Suicides, baseado na obra de Jeffrey Eugenides, conta um drama de
uma
família que vive uma vida americana suburbana nos anos setenta. Eles são
brancos e
moram numa casa branca com o gramado na frente. Ele é professor de matemática
na
escola onde as suas cinco filhas frequentam, e a esposa é do lar. Tudo
aparentemente
normal, assim como em American Beauty.
Como Vander Wildner dizia, loucos são os pais, e não os filhos. E é
exatamente este o
centro da história que Sofia Coppola nos conta. No início do filme, Cecilia,
uma das
lindas loirinhas adolecentes, tenta se suicidar. Ao ser salva, na consulta
com o psiquiatra,
ele insiste que ela tem uma vida maravilhosa. Sem sorrir, ela diz que é
dificil ter treze
anos. Realmente, se pensarmos bem, é realmnete dificil ter treze anos.
Nós não temos
contas para pagar, mas não sabemos se somos crianças ou adultos. Nós não
temos que
nos preocupar com nossos filhos, mas temos que pensar se o que estamos
fazendo irá
nos garantir o amor de nossos pais. Nós não temos que ter sucesso no
trabalho, mas
temos que ter sucesso na escola - tanto acadêmico como social. Enfim, não é
fácil ter treze
anos. E Cecilia tem sucesso na sua segunda tentativa.
Mais difícil ainda é ter treze anos numa familia que não funciona bem. A mãe
é a chefe, e o
pai e completamente passivo. Mas esta mãe tenta controlar tudo com um punho
de ferro.
Ela é completamente assexuada e tenta abafar todos os hormônios que estão
fervendo em
suas adolecentes.
A cinematografia é atmosférica, com bastante atenção aos detalhes, o que faz
com que
eles tomem uma grande dimensão, aumentando a poesia da obra. A trilha sonora
é motivo
para ir à loja comprar o CD, e se você ainda não tem o CD da banda Air,
compre este
também.
A história é narrada pelos meninos que frequantavam a mesma escola e
moram
na vizinhança, e sobraram para contar a história. Embora triste, bem feito.
Bela estréia.
The Virgin Suicides, EUA (2000). De Sofia Coppola. Com Kirsten Durst, Kathleen
Turner e James Woods
Bárbara
Kruchin
é artista
plástica e aficcionada por cinema. Ela é brasileira, mas mora em
Nova York desde 1991, onde cursou a School of Visual Arts.
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