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THE WINSLOW BOY
David Mamet
é um daqueles diretores que tem uma estética muito particular.
Ele tem a capacidade de entrar numa zona onde a história se desenrola
e o espectador não tem certeza de quem está mentindo, quem
está falando a verdade, quem é culpado ou quem é
inocente. The Winslow Boy é baseado na peça homônima
de Terence Rattigan, escrita em 1948. A história se passa em 1912,
na Inglaterra pré-guerra. Nascido numa família de classe
alta, Ronie tem 14 anos e frequenta a prestigiada escola militar Royal
Navy College, de onde é
expulso por ser considerado culpado de roubar dinheiro de um colega.
Os custos legais para limpar o nome de Ronie fazem com que seu irmão
mais velho tenha que parar de freqüentar a Universidade de Oxford.
A irmã mais velha quase perde o casamento com um oficial do alto
escalão por causa do vexame. Mas como todo bom inglês, eles
são incapazes de falar sobre os seus sentimantos.
O filme vale a pena não so para ver a nobreza inglesa perder o
rebolado, mas também porque Mammet consegue captar a sutileza dos
atores em momentos onde eles dizem uma coisa mas traem o que foi dito
com um simples olhar ou um gesto. Ao contrário do cinema hollywoodiano,
que tenta mostrar o bem ou o mal, o certo ou o errado, o preto ou o branco,
Mamet consegue nos mostrar uma escala de cinzas. O que torna a sua obra
muito mais interessante.
The
Winslow Boy, EUA, 1999. Direção: David Mamet.
Bárbara
Kruchin
é artista
plástica e aficcionada por cinema. Ela é brasileira, mas mora em
Nova York desde 1991, onde cursou a School of Visual Arts.
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