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Segunda, 04 de março de 2002, 17h13

O ator em cena do filme "Uma Mente Brilhante"
 

O ator neozelandês Russell Crowe pode ser prejudicado pela votação do Oscar depois de ter insultado um produtor de televisão na entrega dos BAFTA, cerimônia equivalente à premiação hollywoodiana, que é entregue na Inglaterra. Sua postura colocou em perigo uma indicação, em que aparecia como ganhador certo.

Sua atuação em Uma Mente Brilhante, de Ron Howard, lhe valeu o BAFTA de Melhor Ator, em uma noite dominada pela grande produção O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel, que acabou ficando com os prêmios de Melhor Filme e Melhor Diretor, além de outros três reconhecimentos.

Em seu discurso de agradecimento, Crowe leu um poema que foi logo cortado pelo produtor da rede de televisão. Isto causou a ira do ator de Gladiador, que o insultou e chegou a gritar frente a testemunhas "vou fazer até o impossível para que você nunca mais trabalhe em Hollywood". O incidente foi imediatamente divulgado por todos os meios de comunicação ingleses.

Para os analistas do mundo do espetáculo, sua interpretação como o matemático John Nash, que lutou contra a esquizofrenia e chegou a ganhar o Nobel de Economia em 1994, seria certamente a vencedora do Oscar 2002 de Melhor Interpretação Masculina. Dessa forma, Crowe seria o terceiro ator a receber os prêmios em anos consecutivos, depois de Spencer Tracy e Tom Hanks, já que em 2001 foi obtido por Gladiador.

Mas, acreditando que o Oscar é uma espécie de "concurso de popularidade" - e Hollywood não vê com bons olhos as estrelas rebeldes -, fontes próximas à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas asseguram que o comportamento do ator o deixará fora do concurso. Por ele, o produtor de Uma Mente Brilhante, Brian Grazer, tratou de cobrir os danos com uma nova campanha de imprensa a favor do ator e do filme.

Grazer sustenta a justificativa de que Crowe "perdeu o controle" na entrega dos BAFTA e que, na verdade, é uma grande pessoa". Apesar disso, jornais como o inglês The Scotsman escreveram que o intérprete "se acha tão importante que acredita que todos têm a obrigação de escutá-lo", enquanto um jornal australiano o chamou de "jagunço". Esta última comparação levou Crowe a dizer, em uma entrevista concedida ao The Guardian londrino, que era uma "estupidez".

Redação Terra

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