Moulin Rouge ressuscita o musical e recebe oito nomeações
Sexta, 15 de março de 2002, 14h59
As oito nomeações obtidas por Moulin Rouge ao Oscar, que incluem a de melhor filme, são uma amostra da ressurreição do gênero musical, desaparecido das telas de Hollywood. O filme, dirigido por Baz Luhurmann, disputa também o Oscar de Melhor Atriz para Nicole Kidman na primeira nomeação de sua carreira, por "ser capaz de cantar e dançar com saltos e espartilho", como ela gosta de descrever o papel. A trama não é mas que uma tradicional história de amor impossível entre uma dançarina de cabaré e um boêmio no famoso clube Moulin Rouge de Paris em fins do século XIX, mas seu estilo é completamente novo, seguindo o ritmo de populares canções da última década que incluem canções de Madonna e David Bowie. "Me interessa reinventar as regras, fazer filmes que funcionem para a audiência de agora, o que é um grande risco e um desafio", disse o cineasta, autor de outros filmes transgressores como Romeu e Julieta. O desafio foi uma produção de cinco anos, com um ano de ensaios para preparar a parte musical e uma filmagem infestada de problemas que superaram o orçamento e o tempo previsto de filmagem, com suas últimas cenas sendo feitas na Espanha, onde Kidman foi filmar sua parte no seu filme seguinte, Os Outros. Desde sua estréia no festival de Cannes, o filme conta com tantos admiradores fanáticos como detratores raivosos, conseguindo a tímida cifra de 57 milhões de dólares nas bilheterias. "No final das contas, mesmo se nada mais acontecer, pelo menos terá servido para fazer um legítimo o gênero musical e com isso me dou por contente", afirmou o cineasta, consciente de que o último filme musical a ganhar o Oscar de melhor filme foi a produção de 1968 Oliver!. A lista de adversários ao Oscar de melhor filme se completa com O Senhor dos Anéis, Uma Mente Brilhante, Entre Quatro Paredes e Assassinato em Gosford Park.
Efe
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