Bilheterias pesam mais que arte no Oscar estrangeiro
Quarta, 20 de março de 2002, 16h18
Esqueça os filmes de arte: nos últimos três anos, o Oscar de melhor filme estrangeiro foi levado por um sucesso internacional de bilheterias. Neste caso, a história sugere que a comédia romântica francesa O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, com renda mundial de 134 milhões de dólares, seguirá o caminho do pódio previamente traçado por O Tigre e o Dragão e A Vida É Bela. Da perspectiva norte-americana, os outros quarto concorrentes deste ano - O Filho da Noiva (Argentina), Elling (Noruega), Terra de Ninguém (Bósnia) e Lagaan (Índia) - parecem anões por comparação. No contexto de seus países, todavia, os filmes também foram grandes sucessos. A Bósnia, assolada pela Guerra, mal tem cinemas em pé, então os 215 mil dólares arrecadados por Terra de Ninguém são uma extraordinária conquista. Elling tornou-se o filme mais assistido de todos os tempo na Noruega. O Filho da Noiva foi o maior filme local na Argentina em 2001. Lagaan ficou em terceiro na Índia. Essas quarto produções ainda teriam muito chão pela frente internacionalmente, em especial se ganhassem o Oscar. Para Amélie, o que vale mais é a honra. O filme do diretor e roteirista Jean-Pierre Jeunet já viajou mais do que qualquer outra produção francesa, fazendo sucesso em mercados onde o cinema francês já era bem recebido, como Alemanha e Espanha, e disparando em países que nunca foram muito fãs dos gauleses nas telas, como Estados Unidos e Japão. O filme foi sucesso depois de ser esnobado pelo Festival de Cinema de Cannes no ano passado, o mesmo evento que ovacionou Terra de Ninguém e concedeu-lhe o prêmio de roteiro. Depois disso, essa comédia ácida sobre a guerra viajou um pouco pelo mundo, mas ainda poderá ser lançada em muitos países. Distribuidoras internacionais preparam o lançamentos dos concorrentes a filme estrangeiro, mas o fato é que um resultado excepcional em bilheterias seria atingido apenas com a estatueta.
Reuters
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