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Sexta, 22 de março de 2002, 12h22

 

Nicole Kidman, Halle Berry, Russell Crowe e Denzel Washington são os nomes de Hollywood que têm as maiores chances de engordar as contas bancárias se voltarem para a casa com um Oscar na noite de domingo. A premiação das categorias de melhor ator e atriz, em geral, é um passe para um seleto clube da indústria do cinema. Mas a matemática nem sempre funciona, como mostram as carreiras de vários ganhadores dos últimos 20 anos.

Um Oscar em casa pode ter significado prestígio garantido em outras épocas, mas no atual cenário de Hollywood a situação é mais complexa. Claro, há os casos clássicos de consagração, como o de Tom Hanks, que ganhou a estatueta em 1993, por Filadélfia, e em 1994, por Forrest Gump - O Contador de Histórias, e Jodie Foster, que ganhou em 1989, por Acusados, e em 1991, por O Silêncio dos Inocentes. Ambos viraram tão poderosos na indústria que tiveram de recusar trabalhos e resolveram investir na produção - com resultados razoáveis.

Outro bom exemplo é Julia Roberts, que já havia liderado várias listas dos mais poderosos de Hollywood e tornou-se a primeira mulher a entrar para o clube do salário dos US$ 20 milhões, por conta do Oscar conquistado no ano passado, por seu trabalho em "Erin Brockovich".

Muita gente não teve a mesma sorte, mas conseguiu uma boa dose de prestígio no cinema. É o caso de Dustin Hoffman, que levou o Oscar em 1988, por Rain Man; Sir Anthony Hopkins, premiado em 1991, por O Silêncio dos Inocentes; e Al Pacino, ganhador em 1992 por Perfume de Mulher. Entre as mulheres, efeito similar tiveram as premiações de Meryl Streep, em A Escolha de Sofiapodem se dar ao luxo de escolher entre diversas propostas de trabalho e conseguem espaço garantido na imprensa.

Para algumas estrelas, no entanto, o prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood significa uma carga muito grande de pressão - e resulta em uma fase de reclusão. É o que aconteceu com Daniel Day-Lewis, vencedor em 1989 por Meu Pé Esquerdo, e Holly Hunter, que levou a estatueta em 1993, por O Piano.

Há os casos em que o Oscar parece ter acontecido por pura sorte. Muita gente ainda não se conforma com a premiação de Cher em Feitiço da Lua, em 1987. Embora ela tenha finalmente ganhado respeito como atriz, nunca mais conseguiu emplacar um papel memorável nas telas - indo fazer um vergonhoso informercial de produtos para cabelos logo depois. E quem lembra qual foi o último filme que Emma Thompson, vencedora por Howard's End, de 1992, ou William Hurt, ganhador por O Beijo da Mulher Aranha, de 1985, fizeram?

Há ainda os que levam a estatueta por compaixão, como Jessica Tandy, em Conduzindo a Sra. Daisy, de 1989 , e Marlee Matlin, a surda-muda de "Os Gritos do Silêncio". As duas não conseguiram capitalizar o prêmio em novos trabalhos relevantes.

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