Oscar teve várias novidades - nem sempre muito felizes
Segunda, 25 de março de 2002, 04h11
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Gwyneth Paltrow e seus seios achatados Foto: AP |
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O primeiro Oscar depois dos atentados terroristas de 11 de setembro, que marcou também a volta da premiação a Hollywood, trouxe uma série de novidades – nem sempre muito felizes. A transmissão da rede de TV americana ABC inovou ao mostrar cenas de bastidores e planos de imagem mirabolantes, mas errou ao usar Glenn Close e Donald Sutherland como locutores. Um dos pontos altos foi o estilo das estrelas, com diversos deslizes impulsionados pela vontade de fazer uma cerimônia mais contida e politicamente correta. » Veja as musas do Oscar » Fotos dos modelitos usados pelos famosos Como não poderia deixar de ser, a premiação teve vários momentos de lembrança dos atentados terroristas, começando pelo discurso de abertura de Tom Cruise (que apareceu em público pela primeira vez mostrando seu aparelho nos dentes), passando pelo obrigatório minuto de silêncio comandado por Kevin Spacey e terminando em clima de bom-humor, com Whoopi Goldberg mostrando os brasões da polícia e dos bombeiros de Nova York em sua capa, no encerramento. O momento mais emocionante das homenagens, no entanto, foi a aparição surpresa de Woody Allen, seguida de um clipe dirigido por Nora Ephron (de “Sintonia de Amor”), com trechos de filmes como “Manhattan”, “Os Embalos de Sábado à Noite”, “Taxi Driver”, “Fame”, “Tootsie” e muitos outros. “Quando a academia me ligou, pensei que eles queriam pedir os meus Oscars de volta”, brincou o diretor. Ainda que o ritmo da premiação tenha sido mais ágil do que nos anos anteriores, o Oscar acabou ultrapassando as quatro horas de duração – graças a longos discursos, como o da chorona Halle Barry, que chegou a agradecer ao advogado, provocando risos da platéia. As idéias que funcionaram: a transformação das apresentações musicais em um medley; a performance do Cirque du Soleil; os comentários raciais de Whoopi Goldberg; os takes dos bastidores que mostravam as estrelas; as montagens com trechos de documentários e de homenagem aos artistas que morreram no ano passado. As idéias que não funcionaram: as repetitivas imagens de bastidores com o aquecimento dos acrobatas do Cirque de Soleil; boa parte das roupas de Goldberg; as entradas de Close e Sutherland sentados em uma mesa com grandes microfones; a longa homenagem a Arthur Hiller; a entrega do Oscar a Robert Redford depois da explosão de emoção que foi a entrada de Sidney Poitier. Na moda, o Oscar 2002 foi uma festa que vai ficar para a história. Jennifer “J.Lo” Lopez, com um tomara-que-caia rosa Versace, ganhou o prêmio máximo pelo pior cabelo (um penteado anos 60 de causar arrepios), mas outras estrelas deram vexame. Gwyneth Paltrow apostou em um top semi-transparente de Christian Lacroix que destruía o formato de seus seios, enquanto Marcia Gay Harden (que ganhou o Oscar no ano passado, por “Pollock”) esqueceu-se que a ordem era o “dress down” e mergulhou de cabeça em um vestidão de festa de tafetá preto bordado de Oscar de la Renta. Cameron Diaz acertou no tom com um vestido floral de seda trespassado Ungaro, acompanhado de cabelos desgrenhados, e Julia Roberts também foi feliz com um vestido justo preto Giorgio Armani com abertura nas pernas e fendas nos ombros. Nicole Kidman, em um longo Chanel cor-de-rosa, e Jennifer Connelly, vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante por “Uma Mente Brilhante”, em um tomara-que-caia Balenciaga bege, foram bons exemplos de bom gosto na festa. Entre os homens, foi decretado o fim das gravatas borboletas. Will Smith, Josh Hartnett, Ron Howard e Ben Stiller foram alguns dos que usaram smoking com gravatas tradicionais. Smith, com uma casaca longa, Tom Cruise e Russell Crowe interpretaram o conceito de uma festa mais casual deixando a barba crescer. Samuel L. Jackson não se conteve e apostou em uma extravagante casaca de jacquard preta e Nathan Lane cometeu o erro básico de usar um smoking dois números.
Guto Barra / Planet Pop
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