Quarta, 19 de março de 2003, 15h22
Guerra coloca em cheque anúncios de TV para o Oscar
As incertezas que cercam a cerimônia de entrega do Oscar, devido ao provável início da guerra com o Iraque, colocaram em dúvida os planos dos anunciantes de encher de propagandas a parte televisionada da festa marcada para a noite do próximo domingo. A premiação costuma ter a segunda maior audiência de TV do ano, perdendo apenas para o Super Bowl, da Liga Nacional de Futebol Americano. O que está em jogo para a rede ABC, portanto, é uma de suas transmissões mais lucrativas. A rede cobrou entre 1,3 milhão e 1,45 milhão de dólares por cada spot de 30 segundos de uma série de anunciantes que incluem a American Express e a Pepsi. Para os anunciantes, o Oscar sempre foi um momento que eles aproveitam para lançar novas campanhas publicitárias na garantia de público, especialmente o feminino. A ABC não comentou a possibilidade de interromper o Oscar para breves boletins sobre a guerra ou de colocar uma faixa na parte inferior da tela com notícias constantemente atualizadas E um dos perigos que os anunciantes enfrentam é que os espectadores possam achar os comerciais demasiado engraçados ou despreocupados para o momento, disse Seth Siegel, fundador da agência de licenciamento de produtos The Beanstalk Group. "Os anúncios criados pelos patrocinadores da festa podem estar fora de sintonia com o estado de espírito nacional", explicou. Algumas empresas estão deixando a cargo dos produtores do evento e da rede ABC a decisão de veicular ou não seus anúncios. Porém, a American Express decidiu que suas propagandas são apropriadas mesmo que as ações militares já tenham começado. A America Online, que pretende colocar no ar um comercial com Sharon Stone, também não vai retirar seus anúncios do ar, informou uma porta-voz da empresa. A Pepsi pretende difundir um comercial com a cantora pop Beyonce Knowles. Em 2001 a empresa, que já fez anúncios com cantores como Michael Jackson, aproveitou o Oscar para lançar um novo comercial estrelado por Britney Spears.
Reuters
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