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Segunda, 24 de março de 2003, 20h54
Guerra do Iraque pode ter ajudado Polanski a conquistar o Oscar

Roman Polanski ganhou o Oscar de melhor diretor por O Pianista porque fez um grande filme, mas, disseram alguns outros diretores na segunda-feira, pode ter sido beneficiado pelo fato de o prêmio acontecer contra o pano de fundo da guerra no Iraque.

O espectro de um conflito no Iraque, somado à relevância atual das imagens angustiantes que o filme traz da devastação de Varsóvia durante a guerra, pode ter ajudado os membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas a tomarem sua decisão.

"O fato de que este filme retrata o extermínio de poloneses e judeus, e que é visto dentro de nossa realidade atual, certamente contribuiu para o grande reconhecimento que teve", disse à Reuters o premiado diretor Krzysztof Zanussi.

Em lugar de mostrar como ele próprio sobreviveu ao Holocausto nazista quando era criança, Polanski optou por retratar a vida isolada que o pianista Wladyslaw Szpilman - representado por Adrien Brody, ganhador do Oscar de melhor ator - viveu no meio dos escombros de Varsóvia.

Mas foi a autenticidade emocional do filme que ajudou a reabilitar Polanski aos olhos de Hollywood, levando-o a conquistar seu primeiro Oscar, prêmio ao qual já tinha sido indicado duas vezes antes.

Hoje com 69 anos, Polanski fugiu dos Estados Unidos para a França em 1978, quando estava prestes a ser preso por ter tido relações sexuais com uma garota de 13 anos. Atualmente ele vive em Paris e, devido ao mandado de prisão que existe contra ele nos EUA, não pôde estar presente à cerimônia do Oscar.

"É um sinal muito bom que Hollywood tenha apreciado este filme e este diretor, depois de toda a propaganda negativa", comentou Zanussi, grande expoente do cinema de arte polonês. "Polanski tinha desaparecido do cenário de Hollywood. Este Oscar mostra que ele voltou".

O diretor polonês Andrzej Wajda, que há dois anos ganhou um Oscar pelo conjunto de sua obra, disse que sempre acreditou que Polanski pudesse ganhar o prêmio mais importante do cinema. "Nunca imaginei que o fato de ele ser uma figura polêmica nos EUA pudesse prejudicar sua chance de ganhar um Oscar", disse Wajda à Reuters.

"Mas tampouco imaginei que seu filme fosse vencer em três categorias", comentou Wajda, entre cujas obras clássicas figura Ashes and Diamonds, que relata a luta entre comunistas e nacionalistas poloneses na esteira da 2a Guerra Mundial.

O dramaturgo britânico Ronald Harwood recebeu o Oscar pelo roteiro do filme, adaptado do livro de memórias publicado por Szpilman em 1946 sob o título de Morte de uma Cidade. "É maravilhoso que um filme possa comunicar algo realmente sério e ainda assim ser premiado", disse Wajda, que, como Polanski, se formou na escola de cinema de Lodz.

Wajda disse que O Pianista é comparável a A Lista de Schindler, de Steven Spielberg (também ganhador do Oscar), que relata como o empresário alemão Oskar Schindler salvou milhares de judeus de serem mortos no gueto de Cracóvia.

Reuters

 
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