Terça, 25 de março de 2003, 11h09
Roman Polanski se comove com o Oscar de melhor direção
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Polanski durante as filmagens de O Pianista. (Foto: Reuters)
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O diretor franco-polonês Roman Polanski disse na terça-feira que ficou "profundamente comovido" com o Oscar de melhor direção que recebeu por seu drama sobre o Holocausto, O Pianista, porque o filme remete a suas experiências de vida pessoais. "Fico profundamente comovido por receber um Oscar de melhor diretor por um filme que relata fatos tão próximos de minha experiência pessoal, acontecimentos que me ajudaram a compreender que a arte pode transcender a dor", disse Polanski em breve comunicado à imprensa. "Agradeço os membros da Academia do fundo do meu coração por essa magnífica recompensa", ele concluiu. Polanski, que fugiu dos Estados Unidos para a França em 1978, quando estava prestes a ser condenado à prisão por ter tido sexo com uma menina de 13 anos, pode ser preso se puser os pés nos EUA outra vez, de modo que não pôde comparecer à cerimônia de entrega dos Oscar, no domingo. Seu comunicado não fez menção a seus problemas com a justiça, nem a qualquer perspectiva de ele voltar a trabalhar em Hollywood. O Pianista é baseado nas memórias de Wladyslaw Szpilman, músico judeu polonês que sobreviveu à ocupação nazista de Varsóvia durante a 2a Guerra Mundial, mas também contém muitos elementos de tudo que o próprio Polanski viveu, quando criança, durante o Holocausto. O diretor, que tem 69 anos hoje, nasceu na França, filho de pais judeus, mas a família retornou para a Polônia antes do início da 2a Guerra Mundial, durante a qual sua mãe morreu num campo de concentração. O Pianista ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes deste ano e também deu um Oscar de melhor ator a seu protagonista, Adrien Brody. Polanski já tinha sido indicado ao Oscar de melhor diretor por Chinatown, em 1974, e Tess, em 1979, e ao Oscar de melhor roteiro por O Bebê de Rosemary.
Reuters
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